Elogio da graça divina
Levamos um murro no estômago e estamos há dias a gemer de dores…ou não…
Distraídos que andávamos, ocupados em preencher todos os buracos das nossas agendas,
que tínhamos a pré-ocupação de adquirir antes do ano civil começar,
fomos apanhados na curva pela vida que nos convidou a olhar o essencial.
Talvez por estes dias, entre o desânimo e a incerteza, o medo e a desconfiança, o pânico, a confusão e o drama, tenhamos também redescoberto a beleza da proximidade e o significado de comunidade.
É que a realidade acontece antes dos conceitos existirem.
As agendas faziam-nos deter nos conceitos e menos na realidade;
As agendas faziam-nos deter no preenchimento e menos nos detalhes;
As agendas traziam-nos a respiração esbaforida e menos a calma da contemplação;
As agendas, meticulosamente organizadas – essas senhoras – vieram dizer-nos que podemos passar muito bem sem elas. E viver! Simplesmente viver!
A vida não é o destino.
A vida é esse dom maravilhoso onde somos convidados cada dia a olhar aquilo que é único em nós, à nossa volta e no mundo. No universo!
A vida é também o lugar onde podemos permanentemente agradecer as infinitas bênçãos que recebemos.
E é também o lugar da graça divina.
Essa, que José, o carpinteiro, de quem fazemos memória neste dia, soube entender, acolher e viver.
E será essa o essencial!?