E agora, para onde vamos?
Os tempos de crise são tempos que põem em evidência aquilo que somos. De alguma forma são tempos de alguma seleção natural. O bem ou o mal pode ser potenciado ou aprendido nestes tempos.
A história revela-nos que há quem tenha vivido estes tempos num crescente de maturidade, entrega, autodescoberta e, por isso, de transformação significativa que teve efeitos no próprio e na comunidade. Para melhor.
Zygmunt Bauman apresentou-nos a designação de uma modernidade líquida. Ainda que eu seja uma pessoa esperante, estou em crer que nem este tempo - porque a história nos pode passar ao lado – será um tempo aproveitado para crescimento pessoal e comunitário. É que a solidez de valores dá trabalho. Oh, se dá!
As últimas gerações foram criadas nalgum facilitismo sobre a bandeira de as gerações anteriores afirmarem “eu sofri muitas privações e por isso não quero que os meus filhos sofram”. E a partir daí tudo lhes foi garantido com alguma facilidade, nos aspetos materiais, descurando-se uma dimensão vital da existência: a maturidade interior e espiritual. Acontece que muitos das gerações mais novas não apre(e)nderam o significado da palavra sacrifício, privação, respeito, abnegação, conquista, paciência, ... Tudo lhes foi garantido.
É claro que isto é uma visão que não pode ser generalizada, pois vemos também pessoas de gerações mais novas empenhadas, colaborantes, atentos aos outros… Mas, a postura arrogante, impaciente, mal-educada, pouco colaborante de alguns das gerações mais novas, mostra-nos que há um modelo de educação que tem que ser urgentemente alterado, sobre o risco de alimentarmos uma vida ocupada com vídeos do youtube, unhas de gel, maquiagem, botox, madeixas e menos cultura e crescimento interior.
É que não é o futuro que tem que estar garantido com qualidade: é mesmo o presente!