Ninguém nasce para todas as batalhas
Com muita facilidade estramos no espaço da desconversa e,
como as conversas são como as cerejas,
quando já damos conta perdemos o tema inicial.
E o fio à meada.
Não raras vezes vemo-nos a mexer no botão do “altímetro”, ou seja,
no botão do que fala mais alto, como que a convencer-nos a nós próprios que o facto de elevarmos a voz ganhamos em autoridade e em razão.
Tecemos comentários sobre tudo e sobre todos e, também com muita facilidade deixamos de atender à gestão das nossas emoções e dar-lhes o lugar que elas precisam e merecem.
Quando estas comandam a nossa vida, pode não ser um bom indicador, pois, em rigor, a capacidade de autodomínio e de autoregulação poderá crescer sintonizada com a nossa idade. Mas nem sempre é assim.
Quando os sinos da busca da razão tocam mais alto que os sinos da busca de paz é um indicador que temos de parar.
Ainda que com toda a capacidade de argumentação que nos possa assistir, e todas as referências históricas e bibliográficas que possam confirmar a nossa posição, a busca de apaziguamento é um princípio da maturidade. E de equilíbrio.
No diálogo aberto e franco entre duas pessoas são os corações que são chamados a sintonizar.
E, quando estes sintonizam, há cedências.
É nestas que podemos encontrar paz, quando livremente e conscientemente aceites e integradas em nós.
Ninguém nasce para viver permanentemente em batalhas, sejam as nossas interiores, sejam com os nossos mais próximos.
A certeza disto é que a nossa matéria foi sonhada no e para o Paraíso!
Que vivamos e descansemos em paz: já e aqui!