Senhor da (in)certeza

Crónicas 15 outubro 2020  •  Tempo de Leitura: 1

Talvez o mundo, Senhor,

Precise de olhar para Ti com melhor e maior confiança.

Nos caminhos que percorremos,

banhados pela incerteza,

resta-nos – como sendo tanto e sendo tudo - o Teu olhar de Pai que sustenta.

 

Talvez o teu silêncio,

Seja a forma de nos dizeres de uma presença absoluta e eterna.

E, ainda assim, uma presença que liberta e nos respeita.

 

As nossas geografias interiores pedem-nos sossego. Calma.

Ainda assim, Senhor,

teimamos em buscar as respostas que só Tu nos dás

à mesa de negociações e boletins sem fim.

Ajeitamos agendas, num frenesim de quem ainda não aprendeu que O único a controlar és Tu.

E que ainda assim, te demites do papel de controlar para assumires o Amor.

 

O ruído que paira no mundo ensurdece a limpidez da Tua Palavra.

Só essa, em verdade, é Vida!

 

A Ti, que desde a criação nos olhas com ternura,

A Ti, que em cada dia renovas o compromisso com cada ser humano,

A Ti, que acolhes e Te revestes dos nossos pedidos, mais que das nossas gratidões:

faz-nos acreditar que o Amor é a única via da certeza.

 

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Cristina Duarte

Cronista

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