Libertar a força do evangelho

Liturgia 25 fevereiro 2018  •  Tempo de Leitura: 3

Este relato da «transfiguração de Jesus» foi desde o início muito popular entre os Seus seguidores. Não é um episódio a mais. A cena, recriada com diversos recursos de caráter simbólico, é grandiosa. Os evangelistas apresentam Jesus com o rosto resplandecente enquanto conversa com Moisés e Elias.

 

Os três discípulos que o acompanharam até o cimo da montanha ficam surpreendidos. Não sabem que pensar de tudo aquilo. O mistério que envolve Jesus é demasiado grande. Marcos diz que estavam assustados.

 

A cena culmina de forma estranha: «Formou-se uma nuvem que os cobriu e saiu da nuvem uma voz: Este é o meu Filho amado; escutai-O». O movimento de Jesus nasceu escutando a Sua chamada. A Sua Palavra, recolhida mais tarde em quatro pequenos escritos, foi gerando novos seguidores. A Igreja vive a escutar o Seu Evangelho.

 

Esta mensagem de Jesus encontra hoje muitos obstáculos para chegar até aos homens e mulheres do nosso tempo. Ao abandonar a prática religiosa, muitos deixaram de o escutar para sempre. Já não ouvirão falar de Jesus se não é de forma casual ou distraída.

 

Tampouco quem se aproxima das comunidades cristãs pode apreciar facilmente a Palavra de Jesus. A Sua mensagem perde-se entre outras práticas, costumes e doutrinas. É difícil captar a sua importância decisiva. A força libertadora do Seu Evangelho fica por vezes bloqueada por linguagens e comentários alheios ao Seu espírito.

 

No entanto, também hoje o único decisivo que pode oferecer a Igreja à sociedade moderna é a Boa Nova proclamada por Jesus e o Seu projeto humanizador do reino de Deus. Não podemos continuar a reter a força humanizadora da Sua Palavra.

 

Temos de fazer que corra limpa, viva e abundante pelas nossas comunidades. Que chegue até os lares, que a possa conhecer quem procura um sentido novo para as suas vidas, que a possa escutar quem vive sem esperança.

 

Temos de aprender a ler juntos o Evangelho. Familiarizar-nos com os relatos evangélicos. Colocar-nos em contato direto e imediato com a Boa Nova de Jesus. Nisto temos de gastar as energias. Daqui começará a renovação que necessita hoje a Igreja.

 

Quando a instituição eclesiástica vai perdendo o poder de atração que teve durante séculos, temos de descobrir a atração que tem Jesus, o Filho amado de Deus, para quem procura a verdade e a vida. Dentro de poucos anos daremos conta de que tudo nos empurra para colocar com mais fidelidade a Sua Boa Nova no centro do cristianismo.

Instituto Humanitas Unisinos – IHU

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