IV Advento: «Maria pôs-se a caminho…» - Ano C

Liturgia 22 dezembro 2018  •  Tempo de Leitura: 4

Leveza… ser leve como uma singela pena!
Leveza… ter a leveza do vento, que é forte na tempestade!
Leveza… o oposto da rigidez que se curva perante a Leveza de um Ser que sabe ser leve!

Caminho pacificamente pelas estradas das trevas que o mundo me apresenta.
Caminho, porque parada, não vou a lado algum e não me faço, nem me encontro com aquilo que sou e fui!
Caminho à procura de uma vida que Deus traçou com Amor e carinho para que eu a aceitasse intensamente!
Caminho para que as encruzilhadas se desvaneçam e sejam apenas mais um sinal no caminho!
Caminho… e sigo com os olhos erguidos ao céu,
para que os pés não olhem para trás, e as palavras me levem por este caminho que trilho!
Caminho…

 

«De ti, Belém-Efratá, pequena entre as cidades de Judá, de ti SAIRÁ aquele que há-de reinar sobre Israel.»
O INÍCIO da nossa caminhada Cristã é sempre um ponto pequenino e escasso que fica marcado na nossa vida,
mas faz com que cada segundo do nosso respirar, aqui na terra, gire à sua volta!
É deste momento, desta nossa Belém-Efratá, que reina a plena felicidade,
que floresce a nossa Esperança e faz-nos louvar:
«Deus dos Exércitos, vinde de novo, olhai dos céus e vede, visitai esta vinha; 
protegei a cepa que a vossa mão direita plantou, o rebento que fortalecestes para Vós.»
É aqui que encontramos a nossa raiz, a nossa força, a nossa vivacidade
que faz renascer o nosso coração num tempo longínquo do nosso viver,
que nos lança nas trevas, abandonados e rodeados de sacrifícios sem sentido e fúteis!
Será que sabemos que O Pai quer apenas a nossa Felicidade?
Deus gostaria de escutar esta resposta positiva: «Eis-Me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade»
e a Sua Vontade é leve… e leva-nos a caminhar… a Ser A Missão, que é feliz ao ajudar o outro.

 

A Liturgia do 4º domingo do Tempo do Advento, do Ano C, faz a nossavontade e
deixa-nos cheios do Espírito Santoao permitirmos
«…que chegue aos nossos ouvidos a voz da (…) saudação…» de Maria, Nossa Mãe, A Pioneira No Caminho!
É Nossa Senhora quem abre de par em par todas as portas da nossa Vida em Cristo.
É a Menina Moça quem preenche o nosso ventre com alegria e com o desejo ardente de Ser Missão…
de Acolher a Cruz de uma Vida que nem sempre é sorriso aberto,
mas que nos dá constantemente a oportunidade de saborear, em silêncio, a leveza do Amor de Deus!

 

Neste Advento, onde as luzes do pinheiro piscam…
Onde as lojas nos apresentam o valor que os outros têm na nossa vida…
Onde os sapatos nos levam para longe do encontro com Deus…
Onde o vento nos traz o afago e o perfume de uma melodia que nos faz sonhar…
Será que não queres sentir«…o menino a exultar de alegria no (…) seio»?

 

Fecha os olhos e tenta escutar Maria… tenta sentir Maria… tenta Ser Maria no caminho de alguém!
e será esse o TEU Momento! O Teu Advento fecundo, a Tua semente que já germina e quer Ser Fruto!
Não faças deste Advento um caminho só e triste, sem palavras e sem atitude…
Faz-te leve… deixa-te levar…

 

Que hoje o Início do teu dia seja o fim de um tempo de preparação.
Aceita com naturalidade a tua condição de Belém
De TI pode sair a salvação para quem sofre e
para quem vive afastado deste exultar de alegria…

 

Sê como uma Pena: Singela, Livre e Leve…
Uma Pena Humilde que faz parar a humanidade no caminho,
para admirar a sua dança…
que faz a rigidez esboçar um sorriso e despertar a Esperança!

 

Que neste último domingo do Advento,
A Mãe da humanidade nos ajude a dizer, singelamente:
“Eis-nos aqui, Senhor, para fazer a Tua vontade!”

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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