A luz que podes refletir

Liturgia 8 fevereiro 2020  •  Tempo de Leitura: 2

Um dos mais belos momentos de todas as celebrações litúrgicas é aquele com o qual iniciamos a Vigília Pascal, na noite de Páscoa. Depois da bênção do círio pascal, a comunidade entra na igreja às escuras. À medida que avança, as velas são acesas no círio que representa Cristo, luz do mundo, e a escuridão dissipa-se. Nessa noite, a luz que transportamos não é a luz dos nossos êxitos e qualidades, mas a luz que vem de Deus.

 

Precisamos de manter essa luz neste mundo tão sombrio. Com efeito, somos diariamente bombardeados por um conjunto de notícias que nos fazem duvidar sobre a bondade natural do ser humano. Através de imagens espetaculares, guiados por uma linguagem simples e sedutora, as informações divulgadas fazem-nos crer que o mundo está doente, que já não há grande remédio, que tudo «isto vai de mal a pior».

 

O mal expressa-se de muitos modos. Seja através de sinais da natureza, cada vez mais afetada pelo abuso dos homens, seja em pequenos, mas desgastantes, conflitos que dividem uma família, uma instituição ou uma empobrecida nação. Por vezes, o mal tem um nome e um rosto. Outras vezes surge quase misteriosamente, propaga-se como um terrível vírus que não respeita fronteiras nem classes sociais, deixando atrás de si um rasto de morte.

 

O quadro negro que os noticiários apresentam, no entanto, nem sempre reflete toda a realidade. Mesmo até no meio dessa escuridão, há um lado luminoso conquistado por homens e mulheres dedicados e generosos, verdadeiramente iluminados que, com sacrifício pessoal, lutam pelo bem para que as claras cores da eternidade se reflitam na temporalidade da nossa história.

 

Felizmente, a lista destes corajosos iluminados não cessa de aumentar. Tu e eu podemos fazer parte dela. A intensidade da nossa luz depende da proximidade com a “luz primeira”. E assim como se divulga o mal e com ele aumenta a influência das trevas, deveríamos também difundir a força luminosa desses bons exemplos para que se tornem um estímulo para o agir de outros, em especial, para aqueles que permanecem na sombra da dúvida, da inação ou simplesmente alheados da realidade. Este mundo precisa urgentemente destes sinais luminosos. Aquele que vive na mais recôndita periferia precisa dessa luz divina que tu podes refletir.

Subscrever Newsletter

Receba os artigos no seu e-mail