A pequena Maria

Razões para Acreditar 7 maio 2018  •  Tempo de Leitura: 2

«O sacerdote acolheu Maria e, beijando-a, abençoou-a, exclamando: "O Senhor engrandeceu o teu nome em todas as gerações". Ele colocou-a então no terceiro degrau do altar, e ela dançou com os seus pezinhos, e toda a casa de Israel começou a querer-lhe bem. Maria crescia no templo como uma pomba e recebia o alimento da mão de um anjo.»

 

No mês dedicado à Mãe de Jesus quisemos desenhar um retrato muito especial dela. Quem o oferece é um dos mais antigos textos apócrifos (ou seja, não "canónicos") cristãos, o Protoevangelho de Tiago, do séc. II, texto a que devemos também os nomes dos pais de Maria, Joaquim e Ana, ignotos aos Evangelhos canónicos.

 

É também deles desconhecido este episódio da apresentação no templo da pequena Maria. Gostaria de sublinhar o acento colocado pelo antigo autor na beleza e simpatia desta menina: dança diante de Deus com os seus pezinhos, simples e delicada como uma pomba, e «toda a casa de Israel começou a querer-lhe bem».

 

Muitas vezes lamentamo-nos - inclusive com razão - de algum excesso sentimental na devoção mariana: sabemos, com efeito, que o constitutivo da sua figura deveria ser a maternidade divina e, portanto, a sua ligação com Cristo.

 

No entanto, é belo que Maria tenha trazido consigo um toque de frescura na espiritualidade, tenha exaltado a feminilidade e a ternura, uma presença preciosa e significativa na "seriedade" do mistério cristão.

 

Outro apócrifo, a "História de José, o carpinteiro", metia na boca do noivo de Maria estas palavras: «Amei Maria de forma única, com a intensidade da minha vontade, a bênção do Pai e o conselho do Espírito Santo». 

 

[P. (Card.) Gianfranco Ravasi | In Avvenire]

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