Terra do céu
«Santa Maria, Mãe do Senhor, guia-nos a tua fé. Dirige o olhar para os teus filhos, terra do céu. A estrada é longa e sobre nós desce a noite: intercede por nós junto de Cristo, terra do céu.»
Em Jerusalém os peregrinos visitam a única igreja gótica que permaneceu intacta: é a basílica de Santa Ana, erguida no lugar em que, segundo a tradição, se elevava a casa de Joaquim e Ana, os pais de Maria. O templo ocupava a área de outra igreja bizantina, consagrada no dia 8 de setembro de um ano que nos é desconhecido.
Foi assim que nessa data se colocou a festa do nascimento de Maria, solenidade querida às Igrejas do Oriente, introduzida em 701 no Ocidente por Sérgio I, papa de origens siríacas.
Recorremos a um canto mariano bizantino e eslavo para propor uma oração a todos os cristãos devotos da Mãe do Senhor. São dois os temas que emergem do hino.
De um lado, há a sugestiva definição de Maria como «terra do céu». É o ventre fecundo oferecido à humanidade para que se cumpra a incarnação do Verbo na nossa história.
Por outro, há a doce confiança do fiel que fixa o olhar nesta Mãe que é, por excelência, a crente, como se diz na primeira bem-aventurança dos Evangelhos («feliz de ti que acreditaste»), exclama Isabel em Lucas 1, 45.
Maria leva-nos pela mão neste caminho e conduz-nos ao seu Filho, para que as nossas almas encontrem paz e serenidade. Esta presença feminina excecional no interior da fé cristã é sinal de confiança, de doçura e de esperança no seio da aridez do mundo.
[P. (Card.) Gianfranco Ravasi | In Avvenire]