Porquê dar presentes no Natal?

Razões para Acreditar 24 dezembro 2018  •  Tempo de Leitura: 4

Num tempo em que as grandes superfícies comerciais se tornam templos do consumo onde se cumprem os rituais das compras, numa liturgia demasiado estipulada, reservemos algum tempo para refletir no valor e no sentido que damos às nossas trocas de presentes por ocasião do Natal.

 

Porquê dar no Natal?

O Natal é a festa do dom supremo: o nascimento de Jesus. Por amor a nós, Deus envia o seu Filho para nos salvar. Mas porquê oferecer presentes? Porque eles exprimem de maneira concreta este amor que temos uns pelos outros. Todos temos necessidade de atenção e ternura. Os presentes, escolhidos com amor, são o sinal do reconhecimento que se tem por cada pessoa e que também existe por nós. Mesmo se nem todas as pessoas lhes dão a mesma importância e a mesma atenção – nomeadamente por causa das diferentes culturas familiares ou devido às diferenças de idade –, os presentes são mais do que um simples ritual: têm sentido. Desde a mais tenra idade vale a pena encorajar as crianças a dar presentes, para lhes dar o gosto de agradar e ensinar-lhes a prestar atenção aos outros. Um presente pode ser um meio de dizer «amo-te», «gosto muito de ti» ou «obrigado».

 

Como escolher um presente?

Não é fácil escolher o presente certo, que agradará, ao mesmo tempo que faz sentido para nós. Para os familiares, como satisfazer uma criança e, simultaneamente, escolher alguma coisa de educativo que lhe convenha? O bom presente é sem dúvida aquele que permite a quem oferece responder à expetativa do outro, dando-lhe alguma coisa de si próprio – não para o estragar ou suscitar gratidão, mas para verdadeiramente o agradar e dar resposta às suas necessidades ou desejos.

 

Saber receber

Saber oferecer, mas também saber receber. Num presente, tudo conta, cada um tem a sua linguagem. Algumas pessoas não gostam de os aceitar. E há toda uma arte de os receber: não esperar demasiado deles, deixá-los falar, deixá-los dizer o amor de que são portadores. Isto supõe acolhê-los verdadeiramente, encontrar-lhes um lugar de onde, de tempos a tempos, nos possam piscar o olho. E então, através de um misterioso retorno, somos levados a pensar naqueles que os ofereceram.

 

Abrir o coração aos outros

A visita dos magos ou dos pastores ao presépio realça um cenário de dons. A mirra, o ouro e o incenso, bem como os cordeiros oferecidos pelos reis e pastores vindos de todos os horizontes, de etnias diferentes, de distintas camadas sociais, entronizam o poder divino. É um ato que une. Além daqueles que amamos porque nos são próximos, há também aqueles que conhecemos por necessidade. A esses com quem nos cruzamos diariamente, podemos também dar um pequeno presente ou ter um gesto que diz mais do que aquilo que é esperado. Há muita alegria ao dar um presente a desconhecidos, a irmãos e irmãs do outro lado do mundo ou que estão mais perto, a quem podemos chegar através de associações de solidariedade. Nestes casos, o presente não tem troca, mas não deixa de ter efeito, quer para quem recebe como para quem oferece.

 

Sermos presentes uns para os outros

Somos todos chamados a ser presentes uns para os outros. Para além dos dons materiais, aproveitemos o período do Natal para regressar ao essencial, aos sentimentos que nos ligam, ao que nós podemos ser ou fazer por alguém.

 

[Véronique Fruchard | In "Fêter Nöel"]

tags: Natal

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