Prevenir ou remediar?: Dez sugestões para manter o fogo aceso

Razões para Acreditar 5 março 2020  •  Tempo de Leitura: 5

Um simples decálogo de boas práticas para cultivar e tornar mais forte e frutuosa a relação entre o casal, sem a deixar desfiar, na consciência de que é preciso intervir perante as dificuldades, mas é preferível evitá-las, não esquecendo, como dizia S. Bernardo de Claraval, que «quem se faz mestre de si próprio, faz-se discípulo de um tolo».

 

1. Revisões frequentes
Um automóvel, para durar, precisa de revisões. E o casal? Quantas vezes paramos para nos dizer: «Como estamos nós os dois?», «onde estamos como casal?». Proponham-se reservar um serão a cada duas semanas, e um fim de semana a cada seis meses, com o objetivo de fazer um “check-up” ao amor, e perceber em que coisas é oportuno investir para vos continuardes a alimentar mutuamente.

 

2. Ninguém se salva sozinho
Confrontem-se  não só entre vós, mas com outros casais de amigos (que partilhem convosco uma paixão pelo casamento), num grupo de paróquia ou num movimento. Frequentar ocasiões formativas para a vida do casal, não se contentem com o que aprenderam no curso de preparação para o matrimónio.

 

3. Cultivar um coração grato
As críticas existem, e permitem melhorar, mas recordem-se que os estudos sobre os casais revelam que nas relações que funcionam bem há uma proporção de uma crítica em quatro apreciações favoráveis. Cultivem um olhar capaz de colher o outro e aquilo que faz como um dom, e não como um direito.

 

4. Frequentar a escola da ternura
Aprendam a reconhecer a vossa pobreza, as vossas limitações. Constatem que não são como desejariam ser, mas amem-se como são. Tenham ternura pelas vossas fragilidades (ternura, não indulgência!). Isto vai ajudar-vos a tê-la pelo outro, o qual (lembrem-se sempre) não está ao vosso lado para vos gratificar, para vos fazer crescer no amor.

 

5. Permaneçam dentro da hierarquia da realidade
Há muitas coisas importantes, mas poucas são realmente necessárias. A vossa relação afetiva é a realidade primária que são chamados a servir, é o único espaço de vida que vos via realizar no amor. Façam memória da primariedade da vossa relação (trabalho, casa, tarefas várias servem esta realidade afetiva, e não podem obscurecê-la).

 

6. Desloquem o olhar do vosso umbigo
Uma parte da vossa pessoa está votada ao apagamento: não a julgueis, só faz o seu trabalho, mas aprendam a geri-la, não sejam dominados por ela. A realidade e o vosso parceiro não existem para vos fazer estar bem, para vos corresponder, são simplesmente aquilo que são. Aprendam a reconhecer aquela parte que desejam colocar no centro de cada coisa, para ser venerada, e redirecionem-na, iluminem-na com outra perspetiva, a da liberdade de vós mesmos.

 

7. Olhar para o alto
Não existe só a Terra. Rezem juntos. A oração partilhada é a mais íntima das experiências do casal. Mas façam-se iluminar pela Palavra de Deus, inclusive pessoalmente, e recorram a uma orientação espiritual para o fazer.

 

8. Pôr o conta-quilómetros a zero
A relação do casal requer que se recomece infinitas vezes. Considerem os vossos erros e incompreensões um tesouro, e saibam perdoar-se a vós próprios e ao outro (na consciência de que o perdão é uma experiência, uma viagem, e não um único ato de vontade). Cada dia é uma nova partida, em certo sentido um “outro casamento” (com a mesma pessoa!) a celebrar sempre e sempre.

 

9. Corpo, e não só espírito
Cultivem a vossa fisicidade em todas as suas declinações: não só sexo, mas também abraços e mimos. Se por mil motivos ela não for praticável, cultivem o desejo do encontro com o outro. Se por acaso houver algum estorvo, que não haja medos. Parem, para compreender o que está a acontecer, e o que é que essa dificuldade vos está a dizer. Recordem-se que não existe uma sexualidade ideal, mas uma sexualidade em caminho.

 

10. Olhem-se através da lente pascal
A vida é paixão, morte e ressurreição. O vosso amor de casal é paixão, morte e ressurreição. Não tenham medo da dor que inevitavelmente poderão causar-se, tenham antes medo de não saberem entreverem-se dentro de uma nova ressurreição. Somos pessoas habitadas por uma esperança certa. A luz prevalecerá sobre a escuridão, sempre, juntamente com Ele.

 

[Edoardo, Chiara | Texto e imagem: Messaggero di sant'Antonio]

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