Maria, Jesus e papa Francisco pedem “Caridade” junto dos invisíveis
Nestes longos e difíceis meses, foram muitas as ocasiões em que o papa, ao rezar e meditar sobre a pandemia, convidou à abertura a um novo olhar para os últimos e para a pobreza, a dar novo sentido e forma à palavra solidariedade.
Da capela da casa de Santa Marta, da Praça de S. Pedro, as reflexões sobre o Covid-10, cujos dramáticos efeitos são, além de ordem sanitária, também sociais e económicos, repercutem-se na série de murais, intitulados “Caritas”, que AleXsandro Palombo realizou recentemente em alguns locais de Milão.
Os desenhos retratam o papa Francisco, e também Maria com o Menino Jesus, que pedem a caridade em copos que lembram uma conhecida marca de refrigerante, numa proximidade poderosa e imediata com quantos se encontram em dificuldade extrema.
A Mãe de Jesus e o pontífice acompanham as vítimas das desigualdades sociais, caminhando juntos – estando na «mesma barca» – com quem se gasta na esperança de conseguir dar, finalmente, visibilidade aos invisíveis, aos «descartados», restituindo-lhes a dignidade humana. E o seu serem filhos de Deus.
© AleXsandro Palombo
© AleXsandro Palombo
Desde há décadas que o italiano Palombo, de 46 anos, tenta colocar-se na pela de quem é marginalizado e remetido para os guetos, buscando convidar o espetador a subverter estereótipos e exclusões.
Desta atitude emergem, como exemplos, as suas obras dedicadas às princesas Disney com deficiência e à violência doméstica, ambas com títulos interrogativos: “Do you still like us?” e “What kind of man are you?”.
E em 2014, o artista dedicou a campanha “I can’t breathe” às vítimas do racismo nos EUA. Então, foi Michael Brown, hoje é George Floyd. E para evocar este último, vítima mortal de abuso de poder policial, os “Simpsons” foram agora pintados de negro.
© AleXsandro Palombo
© AleXsandro Palombo
[A partir de texto de Giulia Galeotti |In L'Osservatore Romano]