Dia dos Namorados: «O amor nosso de cada dia nos dai hoje»
A 14 de fevereiro, a Igreja católica recorda S. Valentim, cidadão e bispo da cidade italiana de Terni, dedica a vida a obras de caridade. Conta-se que gostava de flores, que oferecia aos casais de noivos para lhes desejar uma união feliz. Por causa da sua fé, foi feito prisioneiro, e depois, por ordem do imperador, foi decapitado em Roma no dia 14 de fevereiro de 273. O seu testemunho é um hino ao amor fiel e paciente, a construir em todos os tempos, inclusive em tempo de pandemia.
«Na oração do Pai-Nosso, nós dizemos: “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Os cônjuges podem aprender a rezar com estas palavras: “Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje”, porque o amor quotidiano dos esposos é o pão, o verdadeiro pão da alma, o pão que os sustenta a fim de que possam ir em frente.» Palavras proferidas pelo papa a 14 de fevereiro de 2014, ao encontrar, na praça de S. Pedro, mais de 20 mil jovens de vários pontos do globo, casais que se preparavam para o Matrimónio.
Para sempre
Na mesma ocasião, Francisco apontou o testemunho do definitivo perante a cultura do provisório. «Muitas pessoas têm medo de fazer escolhas definitivas». O amor é uma «realidade que cresce», constrói-se «como uma casa, não sozinhos, mas juntos». Como se cura o medo do “para sempre”? «Cura-se dia após dia, confiando-se ao Senhor Jesus, numa vida que se torna um caminho espiritual quotidiano, feito de passos – pequenos passos, passos de crescimento comum –, feito de compromisso para se tornar mulheres e homens amadurecidos na fé».
A arte de viver juntos
«Viver juntos é uma arte, um caminho paciente, belo e fascinante. Não acaba quando vos conquistais um ao outro… Aliás, é precisamente aí que começa.» O casamento é «um trabalho de todos os dias, podia dizer um trabalho artesanal, um trabalho de ourives, porque o marido tem a tarefa de fazer mais mulher a esposa, e a esposa tem a tarefa de fazer mais homem o marido». Trata-se de crescer «em humanidade, como homem e como mulher».
Na audiência geral de 27 de maio de 2015, o papa assinala que o noivado pode tornar-se «um tempo de iniciação». A quê? «À surpresa dos dons espirituais com os quais o Senhor, através da Igreja, enriquece o horizonte da nova família que se dispõe a viver na sua bênção.» «O noivado, por outras palavras, é o tempo no qual os dois são chamados a fazer um belo trabalho sobre um amor, um trabalho participante e partilhado, em profundidade».
Três palavras essenciais
Em 2014, Francisco recorda três palavras importantes: por favor, obrigado, desculpa. «Pedir por favor significa saber entrar com cortesia na vida dos outros.» «Hoje, nas nossas famílias no nosso mundo, tantas vezes violento e arrogante, é necessária muita cortesia. E isto pode começar em casa.» Parece fácil, acrescenta, dizer “obrigado”, «mas sabemos que não é assim». «É preciso saber dizer mutuamente “obrigado”, para prosseguir bem juntos na vida matrimonial. E se se aprende a dizer “desculpa e a perdoar, o casamento «durará, irá para a frente». Palavras que se juntam a uma recomendação: «Nunca acabar o dia sem fazer as pazes».
Vocação
«É preciso coragem para formar uma família»: palavras pronunciadas por Francisco a 4 de outubro de 2013, em Assis. «É uma verdadeira vocação, como o são o sacerdócio e a vida religiosa», acentua. «Dois cristãos que se casam reconheceram na sua história de amor o chamamento do Senhor, a vocação para formarem, homem e mulher, uma só carne, uma só vida. E o sacramento do Matrimónio envolve este amor com a graça de Deus, radica-o no próprio Cristo. Com este dom, com a certeza deste chamamento, pode-se partir em segurança, não se tem medo de nada, pode enfrentar-se, juntos, tudo.»
Um ano, uma leitura
«Que as famílias do mundo sejam cada vez mais fascinadas pelo ideal evangélico da Sagrada Família, e com a ajuda da Virgem Maria tornem-se fermento de uma nova humanidade e de uma solidariedade concreta e universal.» É este o desejo que o papa exprime para o Ano dedicado à Família na “Amoris laetitia”, inspirado no ideal do amor conjugal e familiar incarnado por Jesus, Maria e José. Este Ano começará a 19 de março, quando a Igreja evoca liturgicamente S. José, cinco anos após a publicação da exortação apostólica, e conclui-se a 26 de junho de 2022.
[Amedeo Lomonaco | In Vatican News]