Santa Ignorância!

Cartas a uma amiga 23 fevereiro 2023  •  Tempo de Leitura: 2

Não raras vezes ouvimos com tom depreciativo: ”Santa ignorância!”

 

Eu própria a digo, mas na maioria das vezes enaltecendo a santidade do facto.

 

Se é certo que todos devemos procurar o conhecimento, a informação correta, a instrução que precisamos para a nossa vida, também é certo que muitos, usam essa procura para recolher “cusquices”, o “diz que disse” e uma série de coisas que pouco ou nada acrescenta à nossa vida.

 

Todos caímos na tentação de partilhar com alguém, algo que alguém ouviu de outro alguém… é bom estarmos atentos ao que nos rodeia, mas se pensarmos bem, há muita informação que nos é confidenciada que preferíamos não saber. Até pode parecer pertinente, saber que acham que algo vai acontecer, ou que alguém disse algo sobre ti, ou sobre outro, mas se calhar…prefiro não saber. Prefiro não ficar com os “macaquinhos no sótão”.

 

E depois temos os profetas da desgraça que adoram encher a cabeça com as tragédias das notícias e com o anunciado fim do mundo. Esses adoram falar do mal do mundo como se fossem uns sábios, como se detivessem a chave para o paraíso.

 

Outros há que sabem tudo, dominam todas as áreas e matérias pelo que tudo que digas é rapidamente replicado com…” eu já sabia”.

 

Será que precisamos de saber tudo?

Será mesmo que precisamos de contar tudo o que sabemos?

Será que é saudável pré ocupar-nos com coisas que nem sabemos que vão e se vão acontecer?

 

Cuidado, não quero com isto dizer que não devemos estar atentos, mas talvez devêssemos usar mais filtros sobre o que nos dizem, e sobre o que dizemos, sob pena de perdermos tempo com coisas irrelevantes e ficarmos ignorantes nas matérias que realmente são importantes.

 

E tu amiga, o que realmente precisas de saber?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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