Sozinhos na multidão
Já te sentiste só, apesar de estares acompanhada de uma multidão?
Numa era de tantos encontros, festas, jantares de amigos e coisa e tal dou por mim a sentir que apesar de acompanhada, acabo por me sentir só. Disfarçados num sorriso amarelo, lá nos vamos contentado com a conversa de circunstância, muitas vezes sem conteúdo, nem sumo, mas que serve o propósito…cortesia. Em jantares de grupo, falamos com os vizinhos do lado, se tivermos a sorte de ter algo em comum. Em determinadas festas, o barulho da música é tal que nem nos podemos dar ao luxo de conversar. Outras vezes, simplesmente estamos sós porque queremos.
Por isso talvez nos refugiemos tanto nos telemóveis e vamos perdendo a capacidade de arrancar boas conversas com quem nos rodeia. Perdemos a coragem de querer saber mais sobre o outro, não só sobre o que faz mas essencialmente o que sente sobre o que faz. Claro está que às vezes fugimos e conversas, ou melhor de pessoas, cuja conversa é sempre penosa de tão egocêntrica que é mas até isso é aprendizagem.
Muitos gostam de estar rodeados de muita gente pois confere um certo estatuto, mas no final da noite resta apenas a aparência porque no interior ficam dúvidas sobre a real amizade de quem nos rodeia.
Com o tempo, vou tendo menos vontade de estar com muita gente, e ganhar o gosto de estar com poucos de cada vez e com eles alimentar uma conversa mais pessoal, alegre, descontraída, daquelas que curam almas mesmo que, para isso, se tenha de remexer em algumas feridas e drenar o mal que nos faz.
E tu amiga, já te sentiste só na multidão?