Dai-me paciência, porque se me dás força…

Cartas a uma amiga 25 maio 2023  •  Tempo de Leitura: 2

Frequentemente dou por mim a perder uma das maiores virtudes do ser humano: a paciência! Sou um pouco intolerante- não à lactose- mas às fraquezas humanas.

 

Espera e respira um pouco antes de começares a pensar mal de mim.

 

Eu sei que não sou perfeita mas gostava de me sentir melhor e mais realizada na proporção da passagem do tempo, mas já percebi que nem sempre é assim. Quando parece que melhoramos uma capacidade, outro remendo velho rebenta e lá meto mão na cabeça e suspiro: estraguei tudo outra vez.

 

É que, por mais que diga para mim mesma: hoje vais estar calada! Hoje apenas ouves! Acabo sempre por não segurar a minha impaciência de partilhar com os outros o que penso sobre os assuntos, o que nem sempre corre bem. Outras, crio expectativas de que a minha opinião vá ser interpretada de uma determinada maneira e na verdade caí por terra toda a teoria da compreensão.

 

Depois assisto com alguma atenção a duas atitudes muito interessantes: os atos e omissões. Sim, porque se por vezes condenamos os que falam, os que dizem e os que fazem, também devemos aceitar que a omissão também é grave. É grave quando não respondemos a mensagens, quando não damos a nossa opinião no sítio certo, quando encolhemos os ombros à espera que alguém fale ou quando paramos no momento em que devemos intervir.

 

Já me disseram que eu tenho de ter mais tolerância, exigir menos, levar com calma…vou continuar a trabalhar nisso porque se não o fizer, dou por mim cheia de força a dizer o que penso, da maneira menos adequada. Ora bolas!

 

Não somos todos iguais, não nos esforçamos todos da mesma maneira, e muitos estão tão focados no seu umbigo que desvalorizam os umbigos dos outros, para esses eu também tento ter paciência, até porque, como sabes, não sou perfeita e também não gosto de ser julgada.

 

Até lá, tem paciência comigo!

 

E tu amiga, costumas ter paciência?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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