Somos chamados a ser os protagonistas do protagonismo dos outros

Cartas a uma amiga 1 julho 2023  •  Tempo de Leitura: 2

Dou por mim a pensar nos inúmeros autores de músicas e compositores que dão o melhor de si para que outros, através da sua maravilhosa voz ou representação, brilhem.

 

Penso também naqueles que pensam nos pormenores todos de uma festa, em cada detalhe e depois ficam na sombra a garantir que tudo corre como planeado.

 

Penso nos que preparam discursos, textos, guiões, enredos e momentos de oração e que cedem com carinho a que outros o usem como seu.

 

Na maioria das vezes não sabemos quem são, não os vemos, são discretos mas fundamentais. Dirás com razão, “apenas fazem o seu trabalho”, ou “fazem porque querem”, claro que sim, por isso não o digo com mágoa, mas com reconhecimento.

 

Não é fácil fazer algo e desprender-se dele sem sentir pena como se deixasse de ter dono mas consola o facto de sentirem que cumpriu o seu propósito.

 

Nos nossos meios existem muitos que, na sombra, garantem as “cerejas no topo do bolo”, que preparam tudo para que outros sejam os protagonistas. Qual fada madrinha preparam a princesa para que ela seja a estrela do momento. São as fadas que vêm no outro o melhor que têm e fazem questão de o pôr a render, não porque não o fariam (porque se calhar até o fariam e bem feito), mas porque reconhecem que o outro pode fazer melhor, ou apenas porque…o outro quer esse protagonismo.

 

É generoso aquele que oferece o que tem de melhor para dar protagonismo a outros. Se pensares bem, existem muitos, mas muitos, que fazem os outros brilhar e transformam momentos simples em acontecimentos inesquecíveis.

 

É generoso aquele que detém um dom e o partilha com carinho na esperança que outros o transformem em algo maior.

 

É generoso aquele que chama o outro ser protagonista, um bom protagonista, quando ele também o poderia ser.

 

Hajam mais protagonistas destes, que fazem brilhar os outros

 

OBRIGADA

 

E tu amiga, que protagonista és?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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