Somos a Luz na escuridão, ou a escuridão na luz?

Cartas a uma amiga 29 julho 2023  •  Tempo de Leitura: 3

Hoje dirijo-me a ti com uma pergunta que, apesar de retórica, deve levar-nos a questionar.

Como quero ser hoje? Ou apenas, como quero ser agora?

 

Assoberbados que estamos com tudo, e com nada, damos por nós a sentir-nos como que num buraco e apenas vemos escuro. Não sei como me animar? O que fazer para sair deste ”buraco”? É claro que uma caminhada faz bem, ir ao cabeleireiro, uma massagem…mas talvez o seja não pelo resultado mas pelo facto de termos dado atenção a nós. Sejam problemas financeiros ou amorosos, dúvidas, ou apenas insatisfação com certo rumo da nossa vida, todos temos momentos negros. E querida amiga, sabes uma coisa? Não tenho nenhuma mezinha para isso, pelo menos para mim. Alguém me dizia que sentir tristeza e chorar é normal, por isso, às vezes mais vale aceitar que é apenas passageiro e rendermo-nos à “gentileza dos ciclos”.

 

É difícil ver luz na escuridão, ou será que á nossa volta há luz e nós apenas estamos com os olhos vendados?

 

Reconheço à minha volta muita gente de luz! Gente que se esforça por ver o lado bom das coisas, por começar a conversa a perguntar se está tudo bem comigo, gente de sorriso fácil, e olhar terno – abençoadas sejam!

 

Mas também temos gente com muita escuridão, e não, não é porque estão tristes, nem deprimidas, talvez seja por insegurança. Pessoas que vêm o mal em todo o lado, que se incomodam com a alegria dos outros, cheias de manhas, e à espera de ver os outros tropeçar. Gente que sorri, que te cumprimenta, mas que, na verdade, não nos deseja o melhor da vida.

 

Outros há, que não nos desejam mal nenhum, mas que nos cansam! Ora porque falam muito alto, ora nos interrompem, ora cheios da verdade se sentem superiores- esses estragam a luz de toda a gente pois acham-se uns “iluminados”.

 

Por mais que diariamente a gente se esforce para manter a luz bem acesa, temos consciência que a chama é frágil e rapidamente esmorece e até mesmo se apaga, o que se repercute também em todos quanto nos rodeiam…como um dominó. Temos de quebrar ciclos de escuridão e treinar a mente para ver o lado bom das coisas, a folha branca e não o ponto preto, o copo meio cheio, em vez de vazio e talvez vejamos melhor a luz dos outros, e reforcemos a nossa.

 

Por isso hoje não acabo com uma pergunta mas com um desejo:

Que sintas a luz que tens, pois essa ninguém a pode tirar: é tua!

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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