Sai da ilha… mas volta!

Cartas a uma amiga 26 agosto 2023  •  Tempo de Leitura: 2

Nos últimos tempos não tenho dito tantas vezes como gostaria:

 

- ”quero voltar para a ilha!”

 

Mas mais

- ”quero sair da ilha”.

 

Geralmente quando gostamos muito de algo temos vontade de repetir a experiência de “voltar” a sentir o mesmo. Eu tenho muitas experiencias dessas mas cujo grau de repetição não é tanto quanto gostaria.

 

Mas nos últimos tempos dou por mim a querer “sair da ilha”. Não, não é tanto uma questão física, é mais uma questão emocional.

 

Quando estás tão envolvida num certo projeto –ilha – e ele começa a não ser tão bonito como gostavas.

 

Quando essa ilha começa ficar mais sombria, ou pelo menos, tu começas a reparar mais nas sombras do que na beleza da mesma.

 

Quando a ilha perde o encanto e o tu o entusiasmo mas continuas a adorar a tua ilha, os teus projetos, e as tuas causas, apenas sentes que tens de ver outras ilhas e olhares para a tua de fora. Desterrada de emoções e sentimentos e ficar apenas a olhar e a apreciar o que de bom a tua ilha tem. Precisas de sair da ilha mas… voltar e se possível torna-la mais bonita.

 

Todos precisamos de ter a capacidade de sair do que nos aprisiona, sem desistir de lutar por causas que nos imprimem o ser que somos.

 

Todos precisamos de sair da ilha - do que nos pesa - e talvez essa viagem não precise de ser tão longa quanto pensas. Pode ser umas mini férias, um bom livro, uma boa conversa… mas deve implicar sempre uma reflexão sem azedume nem lamentações. Deve sim é ter esse propósito, deve ser planeado e preparado como terapia.

 

Sair para ver de fora, não é fraqueza, é estratégia!

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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