Não vale tudo, Não!

Cartas a uma amiga 30 setembro 2023  •  Tempo de Leitura: 2

Não, Não e não. Os meios nem sempre justificam os fins!


Não vale tratar mal, não vale disfarçar, não vale esquecer, não vale estar sempre a lembrar, não vale…

 

Todos nós temos ideologias, valores e pilares que suportam o nosso pensamento e convicções que moldam a nossa ação. Também temos apegos e amores que nos fazem ser aguerridos em discussões sejam elas de cariz religioso, politico, desportivo, eu sei lá. São saudáveis? Muito bem! Se não, não, não vale tudo.

 

Somos capazes de ver injustiças a serem praticadas ao nosso lado sem que tomemos as dores, mas rápidos a julgar e a criticar alguém apenas por ter uma ideologia diferente da nossa. Esquecemos o nobre princípio da boa educação e dizemos coisas lamentáveis, acusamos os outros de praticar coisas abomináveis, incendiamos teorias da conspiração e responsabilizamos os outros pelas nossas atitudes menos boas. Sim, a culpa é dos outros! 

 

Há por vezes uma sede de vingança, um ajuste de contas por situações mal resolvidas, por vitórias e derrotas ou por certas práticas ou atos que nos deixaram ressabiados. Como católica sinto que, se fizer um comentário de cariz mais moral em relação a algo que possamos fazer na comunidade há quem pense: ”lá bem esta beata” somos condenados à priori, apenas porque vestimos com orgulho “uma camisola”, ou seja, não olham para quem somos mas, para a camisola que acham que vestimos. O risco é que muitas vezes perdemos a oportunidade de fazer coisas muito bem-feitas porque, em vez de olhar para a pessoa, olhamos para a camisola e perdemos oportunidades maravilhosas de crescimento pessoal e comunitário.

 

Somos acusados de vestir uma camisola, mas quem o aponta, não só veste a camisola como, tem uma enorme VENDA nos olhos pois não consegue ver o que está por baixo da camisola. Não consegue ver o amigo de infância, o colega de trabalho, a mãe, a catequista…enfim…o ser humano que lá está.


Quando a tua camisola começar a tapar-te os olhos ao ponto de valer tudo…pensa bem, talvez esteja na hora de a tirares.


E tu amiga, a tua camisola tapa-te os olhos?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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