Silêncios? Ou ser Ignorado?

Cartas a uma amiga 24 fevereiro 2024  •  Tempo de Leitura: 2

Tenho lido inúmeros elogios ao silêncio que me levam a refletir e a questionar a minha forma de me manifestar. É que nunca fui boa na matéria de fazer silêncio e até invejo quem tem essa capacidade. No entanto, acho que às vezes confundimos o silêncio com ser ignorado e essa linha, às vezes, pode ser muito ténue.

 

Quando és provocado, o silêncio pode ser a melhor resposta mas, e o que fazer com a revolta que sentimos cá dentro?

 

Quando fazes parte de um grupo em que se debate uma ideia para a qual tu não concordas, mas optas por fazer silêncio pelo bem do grupo. Que maravilha, mas o que fazes à frustração que sentes?

 

E quando mandas uma mensagem com uma ideia tua, ou um comentário, e as pessoas fazem ”silêncio” como devo interpretar isso? Será que as pessoas estão a refletir ou simplesmente ignoram?

 

Se calhar é o excesso de informação que circula que nos torna quase imunes e indiferentes. Também é certo que os EMOGIS facilitam o processo e rapidamente substituímos palavras simpáticas por corações e dedos no ar e prontos…está feito!

 

Confesso que gostava de fazer mais silêncios, mas sinto que o meu silêncio é um desprezo pelo outro que, supostamente, quer a minha opinião. Por vezes tenho medo é de confrontar a minha ideia com a dos outros e nem sempre expressar a minha opinião da melhor maneira, nem com os melhores argumentos. Nestes casos peço sempre a Deus que me dê discernimento, mas às vezes respondo aos outros mais rápido que Ele a mim e…já não há nada a fazer.

 

E tu amiga? Como sentes os silêncios que te fazem?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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