Tanto faz!

Cartas a uma amiga 9 março 2024  •  Tempo de Leitura: 2

O que quiseres. Como preferires. Que seja!

 

Quantas vezes usamos esta expressão? Demasiadas. Quando temos de escolher entre situações em que não temos uma ideia definida, geralmente dizemos: ”tanto faz” e ficamos à mercê da escolha do outro, até que o outro escolhe algo e dizemos: “ se calhar a outra opção era melhor”, “essa não gosto”. Escusamo-nos numa falsa tolerância, e damos aos outros um poder de escolha que nos assiste a nós. Mesmo que erremos, a decisão é nossa, por isso, acho que o “TANTO FAZ” é uma treta! Não é mais do que uma manta que encobre as nossas incertezas e inseguranças chutando para os outros um peso que não necessitam carregar.

 

Às vezes dizemos “tanto faz” por preguiça.

- Não queremos pensar muito no assunto,

- Não queremos estudar ideologias politicas ou valores morais,

- Não queremos saber história,

- Não queremos ler sobre temas importantes ou ficamo-nos pelas letras gordas dos títulos dos jornais.

 

Por isso: tanto faz!

 

Outras vezes, sabemos o que queremos mas disfarçamos a nossa convicção para evitar conversas mais desagradáveis, ou discussões mais acesas.

 

Outras, dizemos “tanto faz, escolhe uma qualquer” e quando o outro escolhe e o resultado não é o melhor, somos os primeiros a apontar dedos e a criticar, mas não tivemos coragem de assumir a nossa vontade ou correr o risco de ser criticados.

 

Se calhar, da próxima vez que te apetecer responder ”tanto faz”, talvez, só talvez, possas pensar se realmente se te é indiferente. Arranja coragem, arrisca no erro, vá lá diz o que pensas, diz o que gostas, ou pelo menos atreve-te a pensar nisso.

 

E tu amiga, vais deixar de dizer “tanto faz”?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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