E quando não te apetece agradecer?
Esta pergunta parece um pouco estranha e a resvalar para a ingratidão e, se calhar vai ser.
Fui ensinada a agradecer, a ser grata e a reconhecer o bom que as pessoas trazem para a minha vida, e ainda bem, é assim que deve ser. Acontece que poucas, mas algumas vezes, sinto que sou obrigada a agradecer mas sem o sentir. Sou impelida a mostrar gratidão, por cordialidade, por simpatia quando por vezes não me apetece. Já o sentiste? Não quero pensar muito nisto, mas as capas que vestimos às vezes começam a pesar.
Quando temos um projeto e damos o nosso melhor para ser bom para as pessoas, porque é que temos de agradecer às pessoas por participarem? Não deveria ser ao contrário?
Quando fazemos uma festa e passamos horas e dias a preparar, e ainda temos de agradecer aos convidados? Não deveria ser ao contrário?
Quando assumes um ministério na Igreja ou um cargo voluntário que te ocupa imenso mas que o dás generosamente, tens de agradecer às pessoas por participarem?
Será que tens de agradecer aos fiéis por irem à missa? Será que temos de agradecer aos pais por levarem os filhos à catequese? Será que tens de agradecer aos pais por irem a uma reunião na escola? Espera! Será?
Faz parte da boa educação, mas creio que muitas das vezes o fazemos apenas por mera cortesia quando na verdade sentimos que deveriam estar gratos a nós. Parece mal o que penso, eu sei, mas talvez devêssemos ser mais sinceros nas nossas palavras e gestos. Não significa indiferença, nem tão pouco desdém, significa que para além do “obrigada” algo mais pode ser acrescentado quem sabe: Obrigada, gostei deste bocadinho de tempo que passei contigo. Obrigada a sua dádiva de tempo é preciosa para mim? Obrigada, um sincero Obrigado!
E tu amiga, já agradeceste sem querer?