Dá-me, Senhor, um coração puro.
Volta e meia dou por mim zangada comigo mesma, ou melhor, com os meus pensamentos. Dou por mim a guardar rancor ou mágoas que em nada me acrescentam a não ser pesos. E tu amiga?
Já sentiste que deste o teu melhor e isso passou ao lado dos outros?
Já sentiste que fizeste tudo o que era necessário e mesmo assim não chega?
Eu já. Infelizmente, nem sempre me consigo contentar com o discurso tradicional ”dei o meu melhor!” como se isso chegasse. Pois, mas deveria chegar, não fosse eu exigente quanto às expectativas do ”melhor” que todos poderemos dar, inclusive eu!
Se calhar… sou demasiado exigente.
Se calhar… não devo esperar tanto.
Se calhar…não devia reparar tanto em ausências, protagonismos, e desculpas que és obrigada a aceitar sem que possas rebater para não ferir suscetibilidades.
Por isso a minha oração perene é: Dá-me Senhor um coração puro.
Um coração capaz de não guardar rancor perante as falhas dos outros.
Um coração capaz de espalhar amor perante as ausências dos que deveriam estar presentes.
Um coração puro para amar sem reservas, nem reparar em coisas que nada acrescentam.
Um coração capaz de olhar com amor para o protagonismo dos outros e a ouvir com paciência as lamúrias de quem encara a vida com amargura.
Senhor dá-me um coração puro!
Um coração semelhante ao teu.
E tu amiga, como está o teu coração?