Curar almas

Cartas a uma amiga 29 junho 2024  •  Tempo de Leitura: 2

Já vos aconteceu de irem ao médico e ele passar o tempo a fazer perguntas, escrever no computador e a prescrever mezinhas? Talvez! A verdade é que há medicação para quase tudo, ora diabetes, cansaço, colesterol…é só o paciente dizer que aparece logo um ou dois medicamentos milagrosos. Essa perspetiva de resolução, já por si te cura pois sentes-te logo melhor e mais animado pois o comprimido milagroso vai curar a maleita que te incomoda.

 

Perfeito! Será? Se calhar não! É mais fácil prescrever algo que supostamente te “liga à máquina”, te vicia em químicos em vez de procurar evitar que se tenha de tomar essa medicação. Já sei, nem tudo funciona assim, às vezes só com medicação é que se resolve, e bendita seja ela. Mas se calhar, só se calhar, se os médicos tirassem um tempinho a conversar e a sugerir alterações de vida, alimentação e até de ânimo, talvez, só talvez, o caminho para a cura passasse por aí.

 

Mas o que irrita é para o facto de todos nós parecermos prescritores de mezinhas sempre a ter solução para tudo e remédio para todas as dores, quando na verdade apenas se precisa de CURAR A ALMA. Lavar a alma com uma boa conversa, com um carinho, com um “que se passa?”, “hoje estás com ar cansado”, algo que nos lembre a humanidade a que somos chamados e não tanto à ciência que desconhecemos. Todos gostamos que se repare em nós, seja porque estamos felizes, preocupados ou com um, pouco comum, mau feitio. E, às vezes, tudo muda quando alguém repara e nos dá atenção genuína, nos olha com carinho, e não se limita a passar nenhuma solução milagrosa como se fosse mais sábio que qualquer um.

 

Precisamos de curar almas, uns dos outros, pois a é alma o bem precioso que nos faz lançar o corpo no rumo certo. E se algum dia quiseres curar uma alma basta aplicares o melhor remédio: o amor!

 

E tu amiga, que dores tens na alma?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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