O objetivo ou/e o caminho?

Cartas a uma amiga 27 julho 2024  •  Tempo de Leitura: 2

Estamos tão focados em atingir o topo de algo, a concretizar trabalhos e a alcançar o sucesso que acabamos por desperdiçar a beleza do caminho que a ele nos conduz.

 

Quando nos propomos a um projeto, sabemos que seremos desafiados e postos à prova, mas se nos focarmos exclusivamente no resultado final corremos o risco de o atingir com sucesso mas, olharmos para traz e não percebermos bem como o atingimos. Outras vezes, fizemos tudo bem, chegamos aos resultados propostos atingimos o objetivos mas,… fica um certo desânimo, como se a adrenalina tivesse acabado e todo o esforço a que nos propusemos perdesse o sentido.

 

Sabes amiga, sonhamos tanto, projetamos tantos resultados que, nos esquecemos de olhar para isso como oportunidades.

 

Oportunidades de crescimento.

Oportunidades de aprendizagem.

Oportunidades para… comtemplar.

 

Não é fácil explicar aos jovens que têm de estudar para poderem ter sucesso profissional pois isso é tão longínquo e incerto. Por vezes não damos o melhor exemplo desse esforço pois estudamos para passar os dias a resmungar do trabalho e a queixar-nos da vidaJ. Se isso é sucesso, então eu não quero!

 

Nem tudo o que fazemos tem propósito, às vezes o fazer algo é o propósito em si.

 

Quando fiz o Caminho de Santiago, esvaziei-me de expectativas sobre a chegada ao destino sobre o que sentir ou esperar. O meu compromisso foi com o caminho e nada mais! Aprendi que essa é a melhor estratégia: ter objetivos sim, mas saborear cada momento até chegar lá, sejam eles bons ou maus.

 

Nem sempre é fácil conseguirmos ver o bom das coisas, e em especial quando lutamos tanto para atingir algo e parece que está sempre a fugir-nos das mãos. Sei bem a frustração que é! Consola-me o caminho, consolam-me os companheiros de caminho pois é Nele e Neles que me fazem chegar ao TOPO, ao topo que mora no meu coração.

 

E tu amiga? Como tens sentido o teu caminho? Está ajudar-te a atingir os objetivos?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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