E se for tudo uma mentira?

Cartas a uma amiga 5 outubro 2024  •  Tempo de Leitura: 1

E se ao acordares descobrires que afinal é tudo mentira?

 

Se, de repente, abrisses os olhos da sabedoria e descobríssemos que acreditamos em algo que não existe, lutamos no lado errado de guerras, tomamos as dores de uma mentira que nos foi vendida como a mais pura realidade?

 

E se todos os ideais que defendemos afinal não tivessem razão de ser?

 

Tantas dúvidas, tantas perguntas….

 

Mas, já te questionaste se vale a pena? Não tens medo de descobrires que afinal, as tuas crenças, lutas e ideologias, se fundamentam em mentiras? Seria uma traição! Volta e meia, somos assombrados por dúvidas que nos inquietam e nos fazem questionar e às vezes abanar os alicerces que nos sustentaram durante anos. Questionamos o esforço do trabalho e do estudo, a base da nossa fé, o lado certo das causas e damos por nós a desejar ter mais certezas do que duvidas.

 

Podemos esperar que passe, como se um desvaneio se tratasse, mas podemos aproveitar a maré e estudar mais, procurar respostas, ler mais do que uma versão da mesma história, pedir ajuda sem escamotear as fragilidades que temos.

 

Eu tenho dúvidas, mas não trocaria os meus alicerces morais por nada, contudo recuso-me a aceitar que sou uma construção fechada e perfeita. De vez em quando, dou por mim, a olhar para os meus pilares e a avalia-los, a reforçar algumas falhas e a pensar “se calhar…”, “se fosse hoje…” e faço-o com humildade mas até agora, nunca me apeteceu deitar nenhum abaixo.

 

E tu amiga, que verdades te sustentam?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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