Tu tens de dar um pouco mais….

Cartas a uma amiga 10 novembro 2024  •  Tempo de Leitura: 2

Conhecem aquela música que se canta que diz:

 

Tu tens que dar um pouco mais do que tens

Tens que deixar um pouco mais do que há…

 

E ficamos todos com o recado de que temos de fazer mais e mais, não é? Eu dou por mim a refletir nisso e a questionar se, nesta enorme barca, todos damos um pouco mais.

 

Em Igreja sentimos que falta vocações para quase tudo e uns desdobram-se em milhentas tarefas enquanto outros dão o que lhes apetece: nem mais nem menos!

 

No trabalho é igual, quando nos envolvem na resolução de tarefas, encolhemos os ombros para que não sejamos chamados a capítulo caso corra mal.

 

Até podia dizer mais qualquer coisa, até podia dar mais uma ajudinha, até podia mas às vezes, simplesmente não nos sentimos capazes. É que nem sempre estamos no sítio certo, rodeados de pessoas certas que nos inspirem a dar mais. E isso também é importante perceber, porque nem sempre, o que temos para dar encontra um recetor capaz de transformar a nossa dádiva em algo poderoso.

 

Outras vezes, escudamo-nos na falta de tempo que cada vez mais significa ”falta de vontade” e desperdiçamos oportunidades para aprender mais, para poder também ensinar melhor os outros. Ficamo-nos pelo que sabemos, damos, e isso nos basta.

 

Somos exímios em desculpas para justificar o que damos porque na verdade sentimos que damos sempre pouco.

 

Mas, quando Jesus nos conta a parábola da viúva que deu esmola, percebemos que nada sabemos sobre a quantia que ela deu, não sabemos se foi muito ou pouco, apenas sabemos que deu tudo o que tinha e isso bastou!

 

Por isso a questão a fazer é:

E tu amiga será que sabes tudo o que tens para dar?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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