Que sentido dás ao tempo?

Cartas a uma amiga 23 novembro 2024  •  Tempo de Leitura: 2

Temos tão pouco tempo! Queria fazer mais, muito mais, ou até ter tempo para simplesmente NÃO FAZER NADA!

 

Falamos constantemente da falta de tempo, de como o nosso tempo está super ocupado e não temos TEMPO.

 

Ora o tempo é igual para todos e é medido pelos ponteiros de um relógio ou a sombra do sol pelo que, parece que nós nos queixamos geralmente é do que não fazemos com o tempo que temos.

 

Na verdade deveríamos pensar mais na falta de sentido que parece que damos ao tempo que temos. Vivemos num cansaço constante que encobre a vontade de usar o tempo com sabedoria. Vivemos assoberbados de coisas que nos ocupam o tempo, mas nem sempre lhe dão sentido. Esse sentido, sim, é que é relativo. Para mim pode fazer tanto sentido passar uma hora a fazer voluntariado, como para outro passa-lo no ginásio, ou enfiado numa sala a jogar computador. Mas será que tem o mesmo sentido? Uns dirão que sim, outros que não.

 

Sei que, por melhor que me saiba não ter nada que fazer com o meu tempo, a não ser ganhar cama no sofá e ver as misérias da televisão, fico com uma sensação de desperdício de tempo. Falta-me o corrupio das ideias na cabeça, a partilha de loucuras, as conversas sobre projetos. Falta-me sair do conforto e visitar alguém, ou até mesmo tão simples como ligar a alguém. Será que falta tempo? Não será apenas vontade?

 

Sei que somos senhores do nosso tempo mas, dependendo do sentido que dele fazemos, podemos ajudar os outros a terem um tempo de melhor qualidade e assim dar mais sentido ao nosso.

 

Dá sentido ao teu tempo e sim, vais-te cansar mas, pelo menos sabes qual é o teu norte, sabes o caminho pois a tua bússola está no sítio certo.

 

Citando o Papa Francisco na Mensagem para o dia Mundial da Juventude: "Prefiro o cansaço dos que estão a caminho, do que o tédio dos que estão parados". Acho que esta reflexão é fundamental para dar sentido à forma como gastas o teu tempo e se isso te cansa ou te dá tédio.

 

 E tu amiga, que sentido dás tu ao tempo?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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