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a sua tag: "Marta Arrais"
Enxuga as lágrimas. Guarda as tristezas para outro dia ou para outra hora. Não reacendas fogueiras que o tempo já apagou e não adormeças à sombra da mesmice.
É quase inevitável dedicar algum tempo a contemplar a época que se aproxima. Mesmo que não quiséssemos, acabam por não nos sobrar grandes alternativas.
O peso das aparências é assustador. Dizemos que não. Que não pertencemos ao grupo dos que valorizam o exterior. Que não julgamos contornos. Julgamo-nos pessoas de interiores. Queremos acreditar que as luzes que nos iluminam são, sempre, as luzes certas. Infelizmente, nem sempre são.
Guardamos as nossas culpas como farpas sempre prontas a atirar a alguém. Muitas vezes, sabemos que a culpa é nossa mas, no fundo, é mais fácil devolvê-la. Não a querer. Por isso acabamos por decidir transferi-la para os que estão à nossa volta.
Nem sempre conseguimos olhar para cada coisa com a clareza necessária. Falta-nos, muitas vezes, a capacidade para ver bem, para afastar o que nos turva a água de dentro. Outras vezes, falta-nos a coragem para querer ver.
Somos feitos de paisagens. É debaixo da pele que guardamos os instantes que nos mudaram para sempre. Os que nos fizeram estremecer para, depois, nos tornarem mais fortes. Os que nos permitiram conhecer as pessoas da nossa vida. Os que nos fizeram recomeçar. Os que nos fizeram pôr um ponto final
É sempre mais fácil ficar sentado à sombra de não fazer nada. É bom deixar-se ficar abandonado à beirinha do calor confortável do comodismo. Da inércia. Da desmotivação. Do não vale a pena. Do “já fiz o que podia ser feito”.
Temos preferência por chegadas. Por olhos a brilhar que decidem encontrar os nossos e, mesmo sem toque, nos abraçam. Por braços que nos apertam quando, simplesmente, nos pressentem a presença.
A vida de cada dia desafia-nos permanentemente. Muitas vezes, desafia-nos de formas pouco razoáveis, que chegam a ultrapassar-nos. Os desafios de cada dia (mesmo os mais pequenos) acabam por condicionar a nossa forma de ver o que se passa à nossa volta e, mais ainda, de ver os que estão à nossa
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