O Papa está «profundamente preocupado» com a Síria

Crónicas 17 abril 2018  •  Tempo de Leitura: 3

«Estou profundamente preocupado com a atual situação mundial, na qual – apesar dos instrumentos ao dispor da comunidade internacional – se tarda a acordar uma ação comum em favor da paz na Síria e noutras regiões do mundo». Foram estas as palavras do Papa Francisco no final da oração pascal  "Regina Coeli", no passado domingo em Roma.

 

Depois da intervenção militar dos Estados Unidos, Reino Unido e França, a guerra da Síria parece, pouco a pouco, passar de um conflito civil interno a uma guerra com consequências mundiais. O Papa já se apercebeu desta realidade há muito tempo.

 

Vivemos uma certa desordem mundial desde o fim da guerra fria. Nos últimos anos, a ideia europeia de um mundo pacificado, é claramente uma ilusão. A própria Europa vive um momento onde as tensões nacionalistas estão mais vivas do que nunca. Países do leste, como a Hungria, a Polónia e mesmo a Rússia. As ideias independentistas como a da Catalunha ou mesmo o Brexit do Reino Unido face à União Europeia, são exemplos destas tensões.

 

Tudo isto aumenta o medo do Outro. Ressurgem os ideais da pureza étnica que não aceitam os imigrantes e que leva ao fanatismo religioso.

 

O nosso mundo corre o risco de perder a civilização dita de Ocidental. Principalmente construída pela Europa ao longo dos séculos, ela diz que: O Homem é um ser em relação com o Outro.

 

«A história, verdadeiramente, é testemunha dos tempos, luz da verdade, vida da memória, mestre da vida e mensageira da antiguidade». Assim escreveu Cícero entre 55 e 54 antes de Cristo. Porém, parece que a memória das antigas tragédias humanas não é suficiente para mobilizar as inteligências e os políticos do nosso tempo. A guerra, como se vê, não é só o nosso passado. É também, presente e parece ser futuro...

 

Caminhar como "sonâmbulos" ou procurar construir um futuro com a inteligência e com o coração é o desafio que hoje temos enquanto civilização. É para esta segunda opção que o Papa Francisco tanto tem chamado à atenção.

 

Também nós devemos estar preocupados com esta situação. A oração e a educação para a paz, devem ser uma nossa preocupação constante. E só Jesus é a verdadeira paz. Ainda este fim de semana ouvimos no Evangelho o Senhor a saudar os discípulos dizendo: «A paz esteja convosco». Deste modo, declara que Ele próprio é a paz, porque quantos usufruem da sua presença, usufruem também de um espírito perfeitamente pacificado.

 

Votos de uma orante semana.

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

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