XVITC: «Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco» AnoB

Crónicas 21 julho 2018  •  Tempo de Leitura: 4

Preciso de Ti! Preciso de Te escutar, de Te sentir e de Te ver!
És como a onda do mar pequenina e meiga que vem beijar-me os pés.
És como o verde dos campos que me inunda de Esperança e Paz.
És como a água que não tem para onde ir, nem horários para cumprir, e corre!
E eu… Eu preciso de Ti!
Sem Ti sou pedra fora da calçada. Sem Ti sou zero à esquerda. Sem Ti sou nota musical solta ao vento!
Sem Ti sou sílaba sem palavra! Sem Ti sou alpendre sem baloiço. Sem Ti fico perdido!

 

Encontrar Jesus é possuir o mundo na palma da mão e libertá-lo para que todos o habitem, alegremente.
«Cristo veio anunciar a boa nova da paz, paz para vós, que estáveis longe, e paz para aqueles que estavam perto.»
Encontrar o Messias, tocar-Lhe o rosto e ser afagado pelas Suas palavras de ternura
é viver plenamente o dia Antigo no dia Novo, com esta forte Esperança no peito:
«Eu mesmo reunirei o resto das minhas ovelhas de todas as terras onde se dispersaram e
as farei voltar às suas pastagens, para que cresçam e se multipliquem.»
Este relacionamento humano com Deus é a certeza de que o Amor é o nosso baluarte (fortaleza)!
É tão fácil Amar alguém que vive a «compadecer-Se de toda aquela gente…»
especialmente, quando vivemos como «ovelhas sem pastor.»

 

«O Senhor é meu pastor: nada me falta. 
Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às águas refrescantes e reconforta a minha alma.»
Quem não conhece o Salmo 23?
Quem, nos momentos de dor e desânimo,
não se ajoelhou diante da Cruz e com toda a fé colocou o dia de amanhã aos pés do Seu Senhor?
Tudo escrito há tantos anos… e nós aqui permanecemos perdidos e tristes…
numa busca incessante de respostas para perguntas sem tino e pesadas pelo desatino!

 

A liturgia do 16º domingo do Tempo Comum do Ano B carrega-nos as baterias da Fé
com respostas que nos dão Paz (e nos tiram o sossego do” viver só por viver”)!
Esta Paz que irriga o nosso pensamento e nos eleva a alma.
Esta Paz que nos faz descansar num ritmo frenético (diário) sem fim!
Esta Paz que Jesus, o verdadeiro e o único Pastor, adoptou como estilo de vida,
sem nunca desistir de cada um de nós.

 

O que fascinou a multidão que seguia Jesus?
Atrevo-me a dizer que foi o Seu incessanteServiço, a Sua Disponibilidadeilimitada:
«…começou a ensinar-lhes muitas coisas!»
A humanidade tem sede e fome de conhecimento.
Não gostamos de ficar “atrás dos outros”, nem de nos sentirmos menos capazes do que os outros.
O Mestre vê e reconhece no olhar de cada um de nós esta ânsia, esta secura…
e abandona no mundo um sinal forte:
«Pela cruz reconciliou com Deus uns e outros,
reunidos num só Corpo, levando em Si próprio a morte à inimizade.»

 

Só não consigo entender o porquê que permanecemos como ovelhas sem Pastor…
Só não consigo entender o que ainda há para descobrir e para contestar…
Só não consigo entender o que ainda queremos mais!
Se Jesus já se fez Pão para unir os homens como irmãos à mesma mesa…
Se o Pão sacia a nossa fome… porque nos é tão difícil ir com Ele e descansar um pouco?

 

Hoje o Mestre volta a fitar-nos nos olhos e, mais uma vez, irá ensinar-nos muitas coisas.
Cada um de nós terá apenas de dizer baixinho: “Eu preciso de TI, Senhor… Sem Ti sou como ovelha sem Pastor!”

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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