Reconciliação de Amor

Crónicas 3 agosto 2018  •  Tempo de Leitura: 2

"Depois de percebermos que o AMOR de Deus marca tudo, 
então podemos olhar para o pecado."
Pe. Paulo Duarte, sj
 


O pecado está em toda a nossa vida. Ele é a marca da nossa frágil humanidade que inevitavelmente se deixa corromper. 


É verdade que o pecado habita em nós, mas também não é menos verdade que o pecado não nos define. Não nos define por mais que sejam as vezes em que cometamos o mesmo erro. Não nos define, porque somos convidados, por este Deus revelado em Jesus Cristo, a partir de novo num caminho que n'Ele terá sempre saída. 


Devemos através do pecado perceber as nossas falhas e com isso olhar para ele sem qualquer tipo de julgamento. É necessário acolher tudo aquilo que somos para que através desse reconhecimento possamos chegar ao perdão.  


Vejamos o exemplo de Jesus que perdoando e pedindo para não voltar a pecar não apontava o dedo. Jesus apontava e continua apontar, isso sim, para a vontade de não se voltar a cair no erro. Jesus apontava e continua a apontar para a lição e não para a negação. Jesus quando aponta é para dar sempre, mas sempre mais vida!


Reconhecermo-nos pecadores pode levar-nos a carregar um "peso existencial", mas experienciarmos o Seu perdão deve-nos fazer perceber que até mesmo no erro o amor de Deus continua, teimosamente, a marcar todo o nosso caminho. E não para de o marcar até que acolhamos, verdadeiramente, o seu perdão.


Só estamos perdoados, quando nos deixamos perdoar. Só estamos perdoados, quando aceitamos que também fomos perdoados. Só estamos perdoados, quando deixamos que o amor de Deus seja o único marcador em tudo o que somos e fazemos. 


Reconciliarmo-nos do pecado é termos a capacidade de nos reconciliarmos com o amor. Reconciliarmo-nos do pecado é vivermos na certeza de que a paciência e a misericórdia do nosso Deus são maior do que qualquer pecado. 


Que esta certeza nos leve de novo ao amor e não ao pecado. Que esta certeza nos faça perceber que a reconciliação do amor é a mesma que devemos retribuir a todos os que se cruzam connosco e, claro, ao criador que não se cansa de receber de braços abertos todas as Suas criaturas.

Nasceu em 1994. Mestre em Psicologia da Educação e do Desenvolvimento Humano. Psicólogo no Gabinete de Atendimento e Apoio ao Estudante e Coordenador da Pastoral Universitária da Escola Superior de Saúde de Santa Maria. Autor da página ©️Pray to Love, onde desbrava um caminho de encontro consigo mesmo, com o outro e com Deus.

 

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