Igreja materna
"De repente, Jesus encontrou-as e disse:
"Salve! " Elas aproximaram-se dele, abraçaram-lhe os pés e o adoraram.
Então Jesus disse-lhes:
"Não tenham medo. Vão dizer a meus irmãos que se dirijam para a Galileia; lá eles me verão".
Mateus 28, 9-10
São sempre questionáveis a importância e o papel que a mulher tem na igreja, nomeadamente, na nossa Igreja Católica. E, falando como homem, não quero com isto arranjar desculpas, mas sim enaltecer e valorizar efetivamente o papel da mulher no seio de uma igreja que se quer materna no verdadeiro sentido da palavra.
E quer-se materna, porque só com as "entranhas de mãe" poderemos compreender e chegar mais intimamente a tantos e tantas que procuram saciar esta sede que têm de Deus. Quer-se materna, porque só com o olhar acolhedor e maternal se pode estar junto daqueles que tanto precisam da nossa presença. Quer-se materna, porque só na simplicidade das suas perceções se pode perceber a lógica do amor de Deus.
Como tal, é sempre discutido até que ponto as mulheres poderiam aceder ao sacramento da ordem (sacerdotisas ou diaconisas) e, o meu ponto de vista, que vai ao encontro daquilo que a igreja vai proferindo, a mulher não perde importância ou relevância no seu trabalho e na forma como pode agir na sua evangelização. É certo que muitos e muitas dirão que é um ponto de vista muito patriarcal, mas a verdade é que a mulher não necessita de tamanho "título" para se destacar, nem se deve sentir submetida.
Façamos o seguinte exercício para percebermos a dominância da mulher na igreja e que de forma tão bela dignifica o bom nome d'Aquele em quem acreditamos:
Quantas mulheres são catequistas nas nossas paróquias? Quantas mulheres proclamam a Palavra do Senhor na Eucaristia? Quantas mulheres embelezam as nossas igrejas? Quantas mulheres são ministras da comunhão? Quantas acólitas temos nas nossas comunidades? Quantas mulheres fazem parte do conselho económico e das comissões de festas? Quantas sacristãs não preparam dignamente o seu serviço à Igreja?
Estou certo de que as respostas a estas perguntas variariam entre "muitas" e "muitíssimas". E acredito que muitos outros cargos são ocupados pelas mulheres mostrando que a sua ação em nome de Jesus é imensa.
Já para não falar nos testemunhos tão belos de fé que surgem no meio das mesmas como são os casos da Madre Teresa de Calcutá, da Santa Teresinha do Menino Jesus, da Santa Teresa de Ávila...
Espero e anseio que a minha igreja continue a caminhar para essa forma de estar no mundo tão feminina e tão maternal, para que possamos olhar para todos e todas como verdadeiros filhos ansiosos que alguém lhes toque, lhes ampare e lhes dê uma entrada sincera.