O Seu mais que tudo
Um Deus humano. É isso que esperamos. O Todo Poderoso quis experimentar a humanidade que tinha criado e tornou-Se assim: pequeno e frágil.
Um Deus tremendamente humano que, vendo tudo o que tinha criado, quis também fazer parte da história incarnando.
É isto que esperamos nestes dias. Um Deus que vem ao nosso encontro num cenário jamais imaginado. Todos O esperavam no meio da riqueza. Todos O esperavam no meio da magnitude, mas a verdade é que Deus revelou-Se inteiramente e, para além da sua frágil condição, ainda foi acolhido numa gruta (num estábulo), porque ninguém tinha espaço para O receber. Nasceu no meio dos humildes (acredito, profundamente, que a presença dos animais signifique isso mesmo, aqueles que são humildes, aqueles que amam verdadeiramente e que nunca abandonam).
Esta foi história que Deus escolheu realizar com o Seu Povo. Um Deus que Se “compaixona” de tal forma com o mundo que dá o Seu Filho. Dá o Seu mais que tudo. Dá ao mundo o menino dos Seus olhos. Dá o Seu tão amado. Quanto amor não há nesta oferta?
Depois de tantas alianças e de tantas ofertas quis dar muito mais. É um Pai com as mãos largas. É um Pai que não se contenta em ficar a ver. Sendo Ele Verbo quis estar na ação.
Depois de tantas promessas cumpridas quis ir mais longe. Quis oferecer Aquele que indicaria o Seu caminho, a Sua vida e a Sua verdade.
Deus perdeu-se de amores por nós e deu-nos a Sua Luz. A Luz que não se apaga, pois é alimentada pelo Seu grande amor.
Tomarmos consciência disto deve-nos encher de esperança. Deve-nos dar a certeza de que este Pai, por muito silencioso que seja ou esteja, nunca nos deixará sós e nunca permitirá que o movimento de todo este mistério aconteça em nós sem que a Sua presença nos seja revelada.
Que neste Advento e neste Natal tenhamos a audácia de receber nas nossas vidas e nos nossos corações o Filho do Nosso Papá, o Deus menino.