VQ: «Então, sentou-Se e começou a ensinar…» - Ano C

Crónicas 6 abril 2019  •  Tempo de Leitura: 5

Meta… traçar uma meta é o início de qualquer projeto.
Meta… definir como, quando, onde e com quem, queremos chegar à Meta é fundamental.
Meta… alcançar A Meta que tanto desejamos, decerto, será a felicidade suprema!
Não há registo da humanidade andar aqui, neste mundo, sem ter bem definido o seu objectivo de vida.
Alguns seres humanos contribuem mais do que outros para alcançarem esse fim,
mas todos trabalhamos para que algo se edifique, para que algo mude, para que algo nasça, para que algo termine!
As gerações mais jovens, não estão viradas para a continuidade da concretização do sonho dos seus pais.
Além de ambicionarem uma forma diferente para chegarem a meta,
também querem um rumo novo e um projeto que descaracteriza tudo o que conhecemos, como certo!
No entanto, O Filósofo Sócrates (470-399 A.C.) afirmou:
«Os jovens de hoje gostam do luxo. São mal comportados, desprezam a autoridade.
Não têm respeito pelos mais velhos e passam o tempo a falar em vez de trabalhar.
Não se levantam quando um adulto chega. Contradizem os pais, apresentam-se em sociedade com enfeitos estranhos.
Apressam-se a ir para a mesa e comem os acepipes, cruzam as pernas e tiranizam os seus mestres.»

O que nos traz aquele afago repleto de Esperança e o suspiro final: “Foi sempre assim e sempre assim será…

 

MAS, o que assusta, verdadeiramente, é o afastamento de Deus que tanto os alicia e nos cai em cima,
como Missão mal concluída e mal amada… Precisamos urgentemente de escutar:
«Olhai: vou realizar uma coisa nova, que já começa a aparecer; não a vedes?
Vou abrir um caminho no deserto, fazer brotar rios na terra árida.»
Precisamos que alguém acredite em Jesus, O Messias, com tanta força que arraste multidões:
«Por Ele renunciei a todas as coisas e considerei tudo como lixo, para ganhar a Cristo e n’Ele me encontrar,
não com a minha justiça que vem da Lei, mas com a que se recebe pela fé em Cristo,
a justiça que vem de Deus e se funda na fé.»
Precisamos de inquietar a humanidade com gestos, com atitudes capazes de mudar o que os nossos olhos veem,
o que os nossos ouvidos ouvem, o que a nossa boca anuncia, porque: «Grandes maravilhas fez por nós o Senhor.»
Então… porquê tanto Pessimismo a pairar sobre as nossas cabecinhas de vento? Vamos confiar nos jovens!

 

Hoje, logo hoje… que O Mestre vem e só nos traz novidades boas:
«Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». É verdade! Não somos os únicos:
a tratar mal o nosso corpo e a nossa mente com faltas de descanso e má alimentação…
a pensar e a falar mal dos outros… a fazer birra, quando as “coisas” são feitas de uma forma que não gostamos…
a abandonar o barco, quando surge a primeira dificuldade… a mentir para que a nossa pessoa seja enaltecida…
a acharmo-nos superiores aos outros, porque até temos uma inteligência superior, ou mais bens materiais…
a amarfanhar a vontade dos outros, para que a nossa prevaleça… a humilhar os outros, porque tem graça…
a cometer adultérios constantes contra tudo o que a nossa vida poderia ser,
se aceitássemos cumprir a vontade e o projeto do Pai, Nosso Deus e Nosso Criador!
(Fizeram o Exame de consciência, hoje? Não?! Vamos aproveitar… a Quaresma está a chegar à meta…)

 

Só há algo nesta nossa humanidade que não entendo…
O Filho do Homem já veio!
Deus já revelou o seu Rosto de Misericórdia infinita, o Seu sorriso intenso e
os Seus braços estão sempre abertos para nos acolher…
o Sacramento da Penitência já há muito tempo que foi instituído e saboreado por muitos de nós;
então, porque permanecemos com medo do mundo, das leis do mundo, das mentes do mundo? Há Algo maior…

 

Ainda não encontraste Jesus. A culpa é minha, porque ainda não Te apresentei o homem que escreve no chão…
Mas, escuta só isto que o Senhor Te ensina e Te pede para hoje e para todo o sempre:
«Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar»
E agora, vais continuar a correr para alcançares a meta errada?

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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