Não nos podemos deixar terminar quando o fim ainda não teve a última palavra. Não nos podemos deixar terminar quando ainda temos, na mochila da nossa vida, tanto para entregar e apresentar na mesa do altar. Temos de caminhar com o coração nas mãos e levá-lo, enquanto bate, para onde a vida ainda se deixa caminhar diante de tantos e tantas que procuram, sedentos, pelo reinicio que lhes dê o verdadeiro sentido. Precisamos de acreditar que a liberdade pode acontecer já aqui. Uma liberdade concreta e verdadeira. Essa liberdade despida de falsidades e de medos. Sim, porque são eles, os medos e as máscaras daquilo que não somos, que nos deixam aprisionados e que nos querem terminar quando ainda existe em nós o ritmo da vida presente em todos os nossos momentos. É possível viver em liberdade traçando assim na vida de todos os dias a linha infinita e silenciosa que deixa a certeza que a história ainda não acabou, nem acabará nunca. 

Não nos podemos dar por terminados se ainda não nos prolongamos por entre risos e choros, por entre abraços e colos. A vida não termina no momento da dor, porque ainda sobra nela o espaço sincero e verdadeiro para a felicidade. A vida não termina no momento da perda, porque ainda existe a possibilidade de um novo reencontro. A vida não termina quando nos dizem que já não podemos mais, porque continua a estar vivo Aquele que rompeu por entre a morte para dar mais vida às nossas vidas. A vida não termina quando nos sentimos perdidos e sem sentido, porque continua a existir quem ainda dê bom nome a toda a nossa existência.

Não nos podemos deixar terminar, porque o nosso fim será para sempre um começo. No nosso final seremos finalizados, completados, porque aí sim, Ele será tudo em nós!