Não te apagues, por não saberes como te sentes, nem o que desejas alcançar a partir de agora. O teu caminho não termina quando os outros o dão por terminado, mas sim quando tu te deixas completar em tantos e tantas. A tua existência não perde o brilho pelo simples facto dos outros brilharem mais do que tu, ou por fazerem com que ganhem mais intensidade que a tua luz. A tua vida e a tua história têm a sua própria luz que, deixada no mundo, é capaz de iluminar mais do que tu podes imaginar. Os teus passos têm o brilho necessário para que tu entendas, de uma vez por todas, que a tua marca não se conta pelo número de pessoas que tocaste, mas pela intensidade com que lhes deste um motivo para acreditar mais e mais. A tua luz não rompe a vida daqueles que se cruzam contigo através de uma imposição, mas sim em formato de verdadeira contemplação. 

Não te apagues, por não saberes como lidar com as escuridões de um passado. Pega no desenrolar da tua ação e deixa que o presente se alimente num futuro que é capaz de ganhar mais cor e mais forma do que aquele que consegues imaginar para ti neste momento. Para isso, basta que não te apagues. Usa o resto do teu rastilho e alimenta-o como quem anda de esperanças. Dá-lhe o fogo do amor e o calor do bom humor. Usa a tua claridade para iluminar os teus passos sobre as pegadas das incertezas que te guiarão, com toda a certeza, para aquilo a que és chamado a viver e a ser. 

Apaga o que tiveres de apagar, mas não te elimines. Não te anules. Cose e recose os episódios da tua vida, mas não te apagues. 

Não deixes que o último sopro da tua vida, seja um sopro de desistência. Ilumina-te e iluminarás tudo e todos com a tua forma de ser e de estar. 

Depois de tantas vidas não te apagues perante a tua própria vida!