«Tenho de receber um baptismo e estou ansioso até que ele se realize.»
Suportar… não é agradável suportar o que quer que seja, especialmente, quando não foi uma decisão nossa!
Suporta… a ordem que nos é imposta, em algumas ocasiões da nossa vida, é que suportemos o mal que nos rodeia!
Suporte… precisamos de um suporte que nos ajude, mas não queremos ser o suporte na vida de alguém!
O ditado popular: “Olha para o que eu digo, mas não para o que eu faço!”
agita a nossa vida na direcção oposta à Fé que professamos.
O Baptismo que recebemos leva-nos por este caminho de Salvação:
Aceitar os contratempos com coragem:
«…meteram-no na cisterna, onde vai morrer de fome, pois já não há pão na cidade».
ser perseverante perante a dor:
«Pensai n’Aquele que suportou contra Si tão grande hostilidade da parte dos pecadores…»
e na angústia elevar o coração a Deus!:
«Esperei no Senhor com toda a confiança e Ele atendeu-me.
Ouviu o meu clamor e retirou-me do abismo e do lamaçal,
assentou os meus pés na rocha e firmou os meus passos.»
Não é de opção fácil…
Mas é totalmente possível aos olhos de Deus e aos teus braços!
Não é para qualquer um…
Mas é para cada um de nós, que conhecemos a Palavra e queremos colocá-La em prática!
Não é para quem tem o coração reduzido…
Mas é para quem se faz pequeno que ao ajudar quem mais sofre, revela-se num ser gigante!
Hoje, a Liturgia do 20º domingo do Tempo Comum, do Ano C, é assustadora e o Evangelho oferece-nos guerra:
«Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra?»
Pelas vezes em que pensamos dar de comer aos sem-abrigo…
Pelas vezes em que nos achamos capazes de partir em missão para África…
Pelas vezes em que sonhamos doar todo o dinheiro que arrecadamos,
para a construção de uma casa para crianças abandonadas…
e a resposta de quem vive ao nosso lado (pai, mãe, irmãos, marido, filhos…) é: “Deixa-te disso! Estás louco!”;
a guerra vence e a Paz cai por terra, assombrada pelo egoísmo daqueles que nos amam mais do que a Deus!
esgota a nossa Fé e faz a Boa Nova permanecer no papiro.
Andamos às escuras e perdidos, porque o sofrimento não pode fazer parte do nosso século,
e tudo o que o Cristo sofreu é para esquecer ou guardar numa memória remota.
Já pensaste que estás a ignorar o mal que paira pelo mundo?
«Eu vim trazer o fogo à terra e que quero Eu senão que ele se acenda?
Por vezes, é preciso “Cortar o mal pela raiz”… “Rasgar o pano”…
e aguardar a misericórdia de Deus, que vem sempre ao nosso encontro,
como a natureza renasce sem sabermos como, após ser consumida pelas chamas!
Quando omites uma acção que seria capaz de terminar com a solidão de alguém,
és tão mau como aquele que deixou sozinho outro Ser humano.
O pensamento: “Pior morada: o lugar do outro!”
ilumina, sem qualquer dúvida, a Missão do Baptizado,
ajuda a entender o que é suportar e ser suporte, e até a pedir com toda a Esperança:
«Senhor, socorrei-me sem demora.»
Suporta a tua vida e realiza o teu Baptismo, como Cristo também o realizou!