XXIV TC: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles»-Ano C
Misericórdia… virtude divina que podemos encontrar em cada um de nós!
Misericordioso… aquele que perdoa e oferece a cada dia e a cada homem um exemplo de vida único!
Misericordiosamente… modo como somos capazes de perdoar, e como queremos ser perdoados!
Aquele nó que nos amordaça a garganta quando sentimos que erramos,
leva-nos ao pedido de perdão e à ambição de escutarmos: “Está tudo bem! Eu amo-te! Eu preciso de Ti! Aqui estou!”
Por nos sentirmos capazes de caminhar sozinhos e para onde queremos, afastamo-nos de Deus:
«Desce depressa, porque o teu povo, que tiraste da terra do Egipto, corrompeu-se.»
Por condição humana e destreza sabemos, também, que ao O invocarmos, com Fé e Verdade, seremos atendidos:
«Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade e purificai-me de todas as faltas.»
Por o Pai nos amar, imensamente, e conhecer o nosso coração, vem sempre ao nosso encontro:
«Mas alcancei misericórdia, porque agi por ignorância, quando ainda era descrente.»
A liturgia do 24º domingo, do Ano C abraça-nos com uma novidade matemática e milenar:
«Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa,
do que por noventa e nove justos, que não precisam de arrependimento.»
S. Lucas… o querido e amado médico e Evangelista que descreve saborosamente as parábolas do Messias,
hoje, serve-nos de bandeja as três histórias que nos revelam a infinita Misericórdia do nosso Deus!
Quem de nós não quer como certeza absoluta na sua vida o Amor incondicional dos nossos pais?
Quando éramos crianças, aquele beicinho adorável que fazíamos após uma asneira gigantesca,
poupou-nos ou não de uns castigos mais pesados?
Não há PAI, nem MÃE (na plenitude e grandeza da palavra) que não fique enternecido
com o pedido sincero de perdão do filho e, esquece o desenho na parede da sala…
o corte de cabelo na irmã mais nova… a mordidela no braço do filho do vizinho… Coisas da infância…
A ovelha, a dracma e o filho… todos preciosos e todos perdidos!
O Pastor não desiste! A Viúva faz uma busca incansável! O Pai permanece numa terna espera repleta de Esperança!
Tudo volta… “O seu ao seu dono!” diz o povo e com razão… e nós? De quem somos, então?
Somos de Deus! Somos Seus Filhos e quando erramos… quando temos o tal nó na garganta…
mas, sabemos abrir o coração e pedir perdão, já o Antigo Testamento nos revela que a Misericórdia do Pai é infinita:
«Então o Senhor desistiu do mal com que tinha ameaçado o seu povo.»
e o Novo Testamento vem inundar-nos o peito com a Esperança de que:
«Em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo e confiou-nos a palavra da reconciliação.»
Sabes… hoje a ovelha perdida e a humilde dracma são mais belas e puras do que eu!
Não me sinto nada digno de ser o filho que se afasta e, quando volta… sabe que o Pai terá os braços abertos!
A ovelha fugiu como ser irracional… a dracma desapareceu por descuido da viúva…
mas, o Filho, EU, afasto-me pelo meu pé! Sempre…
Porque não sou capaz de desatar o nó, para criar laços de caridade, de paz e de Amor?
Porque não quero instar com Deus e alegrar-me com o regresso de quem parte?
Hoje, é preciso dar vida às palavras: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos!”
O Erro é o que temos de comum com todos, e saber pedir perdão é o que fazemos de melhor!
Mas, aquela sensação de liberdade total, de ser digno da misericórdia divina… é quando perdoamos!
Vive a tua condição de Filho: erra, cai, desespera-te e volta o teu olhar para o Senhor Bom Deus e Teu Pai,
que Se regozija como quem encontra uma simples dracma e abre os Seus amorosos braços
para te acolher como ovelha perdida… e nunca temas Ser misericordioso como o Pai, também o é!
A Misericórdia é a mais bela herança que o Pai semeou no teu peito. Deixa que seja um doce fruto no teu dia-a-dia!
Que a Tua Missão liberte os nós de quem vive nas trevas, e crie alegres laços entre cada homem e o Pai!