XXIV TC: «Quem é fiel nas coisas pequenas também é fiel nas grandes…»

Crónicas 21 setembro 2019  •  Tempo de Leitura: 4

Fiel… como é bom ser fiel e não ter “esqueletos” no armário…
Fidelidade… a virtude da fidelidade é ponto fundamental para quem sabe amar…
Fidelizar… é preciso fidelizar a nossa vida, especialmente, quando temos a noção da fraqueza humana…
Não podemos nem devemos medir a fidelidade, porque ser fiel implica ser feliz,
ao fazer alguém feliz, e não há fita métrica com tal capacidade.
Também não há forma electrónica para fidelizar a vida,
porque a nossa vida deveria ser totalmente fiel ao Criador!
Só é verdadeiramente fiel aquele que sabe viver em liberdade!
É preciso não esquecer esta verdade…

 

Há muitas formas para contornar o que está mal, para dar a volta por cima em algum mal-entendido:
«Faremos a medida mais pequena, aumentaremos o preço, arranjaremos balanças falsas.»
Aquele que tem conhecimento da verdade, da forma como o problema foi resolvido,
deveria ter na sua consciência a forte convicção de: «Louvar o Senhor, que levanta os fracos.»
Esse alguém… que até terminou com o mal, através de um malabarismo qualquer, é digno que:
«…os homens rezem em toda a parte, erguendo para o Céu as mãos santas, sem ira nem contenda.»
pela sua intenção, pela sua entrega, pela sua obra… (se realmente foi em prol do bem-comum!)

 

Hoje, a liturgia do 25º domingo do Tempo Comum, Ano C, confia-nos um forte ensinamento:
«Se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem?»
A questão é impertinente… porque o Homem, teimosamente, não olha a meios para ter mais uns trocos…
A humanidade, por condição, por se deixar levar,
revela-se com um sentido menor, no que respeita à fidelidade monetária!
Mais uma vez, através de uma parábola do Mestre, redigida pelo homem S. Lucas,
Jesus fala-nos de um administrador desonesto que ao perdoar meia dívida a todos os devedores do seu senhor,
semeou a bondade, mas fê-lo para o seu próprio bem (com segundas intenções):
«…os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes.»
Por isso, foi elogiado. No entanto, será digno de confiança?
Não! O Messias termina o ensinamento com: «Não podeis servir a Deus e ao dinheiro!»

 

Há um ditado do tempo da avó que nos ensina: “As boas contas fazem os bons amigos!”
Quando há uma jantarada e resolvemos pagar a conta, ficamos à espera do reconhecimento, daquele: “Obrigado!”.


Pensamos também que seremos eternamente reconhecidos pela atitude! Ficamos felizes.
Quando alguém nos paga a jantarada, somos os primeiros a dar aquele abraço e a dizer:
Oh! Amigo, não era necessário. Tínhamos pago a meias! Mas, estou-te muito grato!”
Podemos até esquecer o gesto do amigo durante a semana seguinte…
mas, quando o amigo precisar, lembrar-nos-emos dos bons momentos.
Será que conseguimos entender melhor a Boa Nova, com este exemplo?!

 

Vamos ser fiéis ao sentimento!
Quando damos algo, que seja de coração.
Quando fazemos o bem, que o nosso gesto fique gravado no peito de quem ficou feliz,
e seja banido da nossa mente, como quem diz: “Só fiz a minha obrigação!”
Amigo, irmão, escuta com atenção: Ser Missão neste mundo é para quem quer ser LUZ,
não é para quem quer ter luz! O Ter e o Ser… novamente em questão!
Eis a fita-métrica que mede o mundo, e a humanidade cai sempre nesta tentação: quer ter mais e Ser menos!


Lembra-te: No teu relacionamento com O Pai basta fidelizares o teu pensamento ao Dele.
Sentirás que a fidelidade é o que tem mais quilómetros na tua vida. Serás capaz de Ser mais forte!
Serás fiel naquela pobreza com que o Cristo nos enriqueceu:
a Verdade de viver livre, com o peito aberto e a irradiar AMOR GRATUITO!

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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