Falta-nos acreditar no amor!
Falta-nos acreditar no amor. Confiar que o amor persiste mesmo quando não o merecemos. Deixarmo-nos ser amados e assim reconstruídos vezes sem fim até ao fim dos nossos dias.
Falta-nos acreditar no amor. Nesse amor que nos aceita incondicionalmente e que nos purga ao longo de toda a nossa vida. Falta-nos esperar no amor e saber que na paciência do nosso silêncio o Seu Evangelho pode-nos riscar de cima a baixo e deixar-nos com a pintura nova do Seu reino.
Falta-nos acreditar no amor. Crer que ele não nos larga, mas que nos alarga. Que nos estica ao mais ínfimo pormenor. Que cria novas linhas do nosso horizonte. Que nos convida a olharmo-nos mais e que nos leva a um reconhecimento de dom.
Falta-nos acreditar no amor. Aceitar que ele sempre está. Aceitar que ele não atua em atos de julgamento, nem de condenação, mas que nos liberta em gestos concretos de verdadeira libertAção. Falta aceitarmo-nos para que assim o possamos receber.
Se hoje não acreditamos no amor, como poderemos continuar a falar dele como sentido de vida? Se hoje não acreditamos no amor, como poderemos ter fé n'Aquele que é o Amor? Se hoje não acreditamos no amor, como poderemos querer encontrar-nos face a face?
Falta-nos acreditar no amor. E saber que dele surge o perdão muito antes sequer de nos aceitarmos perdoados. Falta-nos acreditar no amor. E deixarmo-nos fiar, de uma vez por todas, numa lógica que nos possibilita alcançar o impossível. Falta-nos acreditar no amor. E arriscarmo-nos a aceitar esta humanidade que nunca perde dignidade e que é sempre merecedora da Sua eterna bondade.
Por isso, hoje, se queres voltar a encontrar-te com o amor, pergunta-te livre de medos e condenações: quantas vezes acreditaste que o amor esteve contigo?