III Q: «Dá-Me de beber.» - Ano A
“Por todos nós aqui reunidos em assembleia,
para que o Senhor nos dê a água viva e não deixe que fechemos os nossos corações…”
Todos os anos somos convidados por Deus à Quaresma.
Tempo de reflexão e introspecção pessoal. Tempo de sentir sede e ser saciado pela água viva que a Palavra nos dá.
Tempo de ter sede de vida! Escassez até de palavras! Fechamo-nos… afastamo-nos uns dos outros…
E pedimos: “Senhor mata a nossa sede de Ti!”
Poucos são os Cristãos que “fazem” Quaresma, porque não temos necessidade de…
«Porque nos tiraste do Egipto? Para nos deixares morrer à sede, a nós, aos nossos filhos e aos nossos rebanhos?».
Deus é o único capaz de matar as nossas sedes.
«Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.»
Mas, se temos água em abundância, sentiremos sede?
«Ora, a esperança não engana,
porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.»
Aqueles que inundam de Esperança fazem Quaresma! E sabem que é tempo de DAR!
Dar uma oportunidade ao silêncio, ao Amor ao Próximo.
Hoje, a liturgia do 3º domingo da Quaresma, do Ano A,
submerge a nossa vida com água pura que jorra da Palavra de Deus:
«Se conhecesses o dom de Deus e quem é Aquele que te diz:
‘Dá-Me de beber’, tu é que Lhe pedirias e Ele te daria água viva».
O medo que se instalou na humanidade, guia-nos para um encontro intenso com o Pai.
Nesse momento, seremos todos Samaritanos que anseiam jamais sentir sede.
Sentir saudade de algo, não é mau!
É o reconhecer que em outros tempos vivemos algo maravilhoso.
Se a vida nos dá sempre tudo… se todos os anos encontramos à nossa disposição o que desejamos,
à hora que ambicionamos, na quantidade que solicitamos… não há saudade!
É preciso perder para saber como a vitória é um refresco único.
A humanidade atravessa, nos nossos dias, um extenso deserto de ofertas sem fim.
Temos tudo, excepto sede…
Vamos aceitar a quaresma como uma quarentena que nos restaurará a Alma.
Vamos cancelar o que está errado no nosso dia-a-dia,
como a falta de consagrar o dia de domingo ao Senhor e ao descanso do corpo e da mente.
Hoje, mais do que nunca precisamos parar um momento junto de Deus.
Que seja dentro das nossas casas, com aqueles que amamos mais.
Este tempo é favorável para sentir saudade da Eucaristia partilhada com todos…
Para sentir saudades de um abraço, de um beijo, de um aperto de mão…
Saberemos o que é sentir sede! Sede de Deus e do Seu Amor!
Se a Quaresma de Deus não te faz parar…
a quarentena da humanidade irá dar-te aquela sede,
que te fará ir ao encontro do Mestre com mais Amor!
Estaremos prontos para dizer com Fé:
“Senhor, Água viva, dá-me de beber!”