II DOMINGO DE PÁSCOA: «…felizes os que acreditam sem terem visto»-AnoA

Crónicas 19 abril 2020  •  Tempo de Leitura: 4

Nestes dias, o que nos faz mais falta é o encontro.
Estar com mais pessoas… Ver gente… outras caras…
Escutar vozes diferentes… Dizer palavras novas…
O abraço e o beijo iriam completar a nossa alegria!
Para aqueles que têm a graça de ter Fé, basta fechar os olhos por escassos segundos,
para que o encontro seja possível e se revele em Amor, nesta dura realidade que estamos a viver…
Isto é viver numa Fé profunda!

 

Acreditar em algo que é inexplicável e
concretizar esse algo numa realidade visível é viver a Fé.
Viver a Fé é ansiar que a Misericórdia Divina venha em nosso auxílio,
não porque tememos a Deus, mas porque temos a certeza do Amor que o Pai tem por cada um de nós.
Esse Amor perfeito cega-nos os olhos…
aqueles que amam , não precisam do sentido da visão que os ofusca e desorienta.

 

Hoje, a Liturgia do 2º domingo da Páscoa, do Ano A, presenteia-nos com a camisola da Misericórdia Divina:
«…àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados…».
Jesus vai ao encontro dos Seus discípulos, que estavam aterrorizados, fechados em casa (como eu e como tu)
e dá a Paz a cada um deles (a cada um de nós) para a vestirem com Amor e com toda a Fé.
Partilha aquela serenidade, própria de quem confia no Pai, e acalma o peito de quem O procura de olhos abertos…
Permite a aproximação. Quer ser tocado. Dissipa as dúvidas e faz-se escutar: «…não sejas incrédulo, mas crente».
Jesus é a âncora segura e firme do barco que teme a imensidão do mar!

 

Vestir a camisola da Igreja é repetir, com gestos, as palavras de S. Tomé: «Meu Senhor e meu Deus!».
O Pai não exige pré-requisitos, não quer formulários preenchidos, nem apresenta prazos para se cumprir.
É a minha e a tua forma de Vida que faz com que o Espírito Santo venha ao nosso encontro e
tudo se confesse em Paz, em Partilha, em União, em Amor profundo…
numa Fé sem divisão, nem explicação,
mas que se sente e que tem a força de converter quilómetros em escassos metros!

 

A intimidade com Deus não tem definição possível.
Não tem textura, não tem cor, nem cheiro.
Talvez se assemelhe à água que rola pela face de alguém,
que ao partilhar o que possuía, recebe muito mais do que o pouco que tinha.
e… a sua vida revela-se mais suave, colorida e perfumada!

 

Hoje, precisamos de encontrar Jesus no nosso íntimo… na nossa casa, no nosso coração!
Olhas à Tua volta e não vês quem quer que seja, mas sentes que és abraçado: Jesus vive em TI!
Abre a Tua porta e serás invadido pela Esperança de que tudo irá ficar bem,
porque no Senhor puseste a Tua Fé: Jesus vive em TI!

 

Esta é a nossa herança misericordiosa: A Fé!
Acreditar em Cristo Jesus, nO ressuscitado, Naquele que nunca vimos, mas escutamos e sentimos!

 

Vens comigo? Eu na minha casa e tu na tua, mas juntos… Vamos envergar a nossa Fé?

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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