Somos um ponto de partida. Ainda sem sabermos onde iremos terminar. Ainda sem percebermos como nos iremos terminar. Estamos em constante movimento numa ida que não sabemos se terá volta. Vivemos num caminhar que nos leva a partir constantemente. A desmancharmo-nos e a sairmos de nós.

Somos um ponto de partida. Onde as chegadas nos poderão relembrar que ainda não é tempo de nos finalizarmos. Somos seres de viagem dando às nossas histórias caminhos infinitamente inacabados. Partindo em descoberta do que somos e poderemos vir a ser deixando que tudo se faça em nós e que todos embarquem em nós.

Somos um ponto de partida. Podendo até vir a almejar o regresso, mas deixando, dia após dia, confiarmo-nos numa eterna saída. Sairmos cheios de nada e ricos de coisa nenhuma. Sairmos em liberdade numa vivência comprometida e desejada.

Somos um ponto de partida. Onde tudo se inicia. Onde tudo se reinicia. É este o desafio que somos convidados a realizar: a deixarmo-nos reconstruir sobre o que somos. Levando-nos a caminhar, de novo, como quem ainda aprende a pisar o chão. Não se aprende todos os jeitos de andar num só caminho. É, por isso, necessário partirmos.

Somos um ponto de partida. Uma possibilidade infinita de improbabilidades. Somos seres de vida. De vida sempre nova, se assim o desejarmos, percorrendo a linha da existência e entrelaçando-a em tantas outras. Somos seres de enCRUZilhadas. Permitindo que todas as nossas intercessões nos falem de como se deve dar bom nome à vida.

Somos um ponto de partida onde se dá início a uma procura sem fim!