Precisamos de pessoas que plantem futuro!
Ontem, um grande amigo partilhou comigo uma frase em inglês que diz algo do género: "Quando um homem planta árvores sob cuja sombra sabe que nunca haverá de sentar-se, começou então a entender o sentido da vida."
Como em certos temas sou bastante curioso, fui à procura do original e encontrei esse provérbio grego, que aqui partilho numa tradução minha: «Uma sociedade cresce muito quando os velhos plantam árvores a cuja sombra eles sabem que nunca haverão de sentar-se.»
De facto a beleza da vida está nesta bondade.
Encontrar a beleza não tem idade, a busca pela beleza tem mais a ver com a vida, com o que move o coração, com o que nos torna verdadeiramente vivos. Mas onde encontrar essa beleza? O que essa beleza tem a ver com isso que continuamente nos chama o coração, pelo qual sempre sentimos fome? Uma fome que não é saciada, exceto quando o que nos dá a paz está ao mesmo nível dos desejos do coração….
Na sexta feira passada, uma colega mostrou-me, com olhos brilhantes, as filhas que adotou apenas a algumas semanas. A beleza transparecia nos seus olhos. A beleza que aquela mãe captava ao olhar para duas criaturas totalmente outras, das quais continuamente se maravilhava e que sentia como um presente precioso. A beleza de duas filhas que tranquilamente descansavam no carrinho e nos braços do pai, com a certeza de serem amadas, mesmo sem que a palavra pudesse dar voz aos seus pensamentos. Mãe, pai e miúdas numa paz e descoberta permanente, numa fome saciada num projeto em execução…
Acredito que a beleza que buscamos tem a ver com o amor, tem a ver com o desejo de amar e ser amado e que não se satisfaz com os pequenos substitutos. Porque é quando sentimos que somos amados na nossa singularidade que podemos nos doar totalmente, podemos sentir que a nossa vida vale a pena.
A beleza tem a ver com isto: ser capaz de apreender o amor fundante que nos cerca e que está em cada um, precisamente porque é continuamente sentido e experimentado. Um amor que tem a ver com uma relação e vínculo geracionais. Um amor que tem a ver com uma criança nos braços da mãe, com um pai que observa os seus filhos a brincar, com um Homem idoso que "dá" a sua história de vida naquela plantação, reconhecendo-lhe a gratuidade.
Precisamos de pessoas que plantem futuro!
Hoje mais do que nunca, tal como o semeador deste fim de semana.