XXII TC «… não tens em vista as coisas de Deus, mas dos homens.» Ano A
Analisar a nossa vida. Verificar cada lacuna que temos. Rejubilar com os minutos de alegria que vivemos.
Chorar pelas atitudes que não tomamos. Agradecer os ensinamentos que nos transmitiram.
Pedir perdão. Aceitar a Paz. Perder a razão. Recuperar o Amor.
Simples… tão belo como o madeiro que pintamos no coração.
Deus quando nos domina afasta-nos de tudo o que o mundo dá valor.
Já não precisamos de ter uma vida plena em riquezas efémeras, porque Deus basta.
É no Senhor do Universo que a sombra é um refúgio.
As trevas se revelam em luz e a dor só é sentida
quando permitimos que as “coisas” do mundo tenham mais peso do que cumprir a vontade do Pai.
O apelo de uma manhã de sol passada ao pé do mar. Uma boa corrida no parque da cidade.
O convívio com os amigos. O shopping repleto de novidades. Mais uma hora na cama, só porque sim…
e Deus… fica lá longe… à espera, como sempre.
Porque este mundo, com 24 horas diárias, tem de viver ao ritmo frenético de quem consome 2880 segundos por dia.
Mas, nunca tem tempo para gastar!
Hoje, a liturgia do 22º domingo do Tempo Comum, do Ano A,
apresenta-nos as coisas de Deus e expulsa Satanás da nossa vida,
para recebermos tudo o que merecemos, segundo as nossas obras!
Jesus diz-nos: «Se alguém quiser seguir-Me,
renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me!»
Três passitos que todo o Batizado pode dar,
desde o dia em que se deixa seduzir pelo amor do Deus que o ampara.
Irmãos e Irmãs,
ser de Cristo nesta Terra é um pesado e árduo lenho, que nos alenta o caminhar.
Temos vontade de criar novos rumos, no entanto, desistimos na primeira exigência…
Gostaríamos de transformar o egoísmo em partilha, mas aceitamos tudo o que nos possa beneficiar…
Preocupamo-nos com a casa comum, e quando vamos comprar pão, não levamos o saco de pano…
Queremos alargar os horizontes dos mais pobres, sem sairmos das nossas casas…
Utopias… Palavras de quem não é capaz de renunciar a si mesmo!
O conhecimento fortalece a nossa relação com Deus, com os outros e com tudo o que o Pai cria para nos servir.
Este “tomar a cruz” passa pela oração diária; pela meditação da Palavra de Deus;
pelo amor ao próximo, mesmo quando este nos calca e nos maltrata…
A cruz é sinal de Vida Divina! É o Salvador a revelar-se como um fogo que não nos consome!
Seguir o Mestre é reproduzir numa tela um sonho que ganha vida própria!
Que cada traço que a nossa vida rabisca, seja uma vontade do Senhor Misericordioso edificada.
Dar a vida pelo Cristo transformar-se-á numa perfeita e agradável exposição de arte urbana!
O colorido das nossas cruzes revelará a Esperança a que cada um de nós foi chamado!
Pega! Aceita! Esta cruz é tua! Agora, verás apenas as coisas de Deus!