Celebramos hoje as Bodas de Prata do Dia Mundial da Vida Consagrada, na festa da Apresentação do Senhor ao templo, com o tema "Consagrados: fiéis e felizes?"

A mensagem que o bispo da Guarda escreveu para este dia é reveladora da necessidade dos consagrados no tempo atual:

«Nos tempos de acrescidas dificuldades que estamos a viver impostas pela pandemia, mais se torna necessário o gesto profético dos consagrados, com a sua entrega à causa de Cristo e da Igreja, no serviço dos irmãos, a começar pelos mais vulneráveis, por aqueles que mais sofrem, neste caso em particular, por efeito da atual pandemia». D. Manuel Felício.

Os consagrados, nem sempre chamam à atenção. Por vezes, são eles próprios que, imersos no mundo, passam despercebidos porque demasiado ocupados consigo próprios e com os seus problemas. Deixam-se levar pelas dificuldades contingentes que penalizam uma visão evangélica da realidade na sua totalidade.

Porém, também vemos o bem que eles são. Sobretudo porque há quem continue a dar a vida por Jesus Cristo e os seus irmãos, levando o amor de Deus a todos, muitas vezes com gestos muito humanos, simples e autênticos. São mulheres e homens, presentes aqui e acolá, que continuam a ser sinal de esperança; pessoas capazes de apostar apaixonadamente toda a sua existência por e com Cristo, lembrando as palavras do velho Semião, no Templo de Jerusalém: «Agora, Senhor, conforme a Tua promessa, podes deixar o teu servo partir em paz. Porque os meus olhos viram a Tua Salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do Teu povo Israel»  Lc 2, 29-32.

Os consagrados narram a beleza da vida encarnada, habitada pelo Espírito, que toma forma num corpo dotado de sentidos, afetividade, inteligência, emoção, sentimentos, atitudes, comportamentos, criatividade, expressividade, que reconhecem a beleza de Deus impressa em cada rosto humano.

Os consagrados optam por viver a obediência na fé, deixando guiar as suas vidas pela relação com Jesus Cristo, que se abre livremente ao amor sem limites. Num constante dom de si até a morte, libertando-se de tudo, vivem, trabalham, sofrem, amam sob o olhar contínuo de Deus.

Os consagrados estão na Igreja para testemunhar, entre irmãos e irmãs, a alegria de ter encontrado o Senhor, "deixando tocar a proximidade de Deus" todos aqueles que esperam uma palavra de esperança, através da solidariedade e da partilha.

Ser para, ser com, ser-se como Jesus, é o que todo o consagrado é chamado a viver. E nós leigos, vamos continuar a rezar para que sejam fiéis e felizes.