O Caminho de Ressurreição

Crónicas 6 abril 2021  •  Tempo de Leitura: 3

«Onde está, ó Morte, a tua vitória?» (1 Cor  15,55) 

 

Este deve ser o canto do cristão na festa das festas (Páscoa), porque Cristo ressuscitou como primícias de todos nós, a vida reina definitivamente. 

 

Depois da Ressurreição do Senhor, a morte, já não tem a última palavra. Passou a ser uma passagem, a hora do êxodo desta terra para a vida para sempre. Onde Deus é o único Senhor. Onde o sua comunhão de amor é o único reino. 

 

«… Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo há de vir». Assim concluímos o Credo, todos os domingos. É a nossa profissão de fé. Celebrar o Tríduo da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus significa voltar ao coração da nossa fé, realizar uma conversão, uma mudança radical de mentalidade que nos remete ao fundamento sem o qual nada teria sentido na nossa vida de cristãos. «Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé!» (1 Cor 15:17).

 

No dia da Páscoa todo o cristão proclama a vitória da vida sobre a morte, porque Jesus o Messias ressuscitou dos mortos e vive para sempre: um homem como nós, carne como nós somos carne, nasceu e viveu entre nós, morto violentamente, crucificado e sepultado. Este mesmo homem ressuscitou!

 

Que consequências práticas tem na nossa vida concreta? Continuamos a sofrer com uma pandemia… Continuamos a testemunhar desastres naturais ou provocados pelo ser humano… Continuamos a assistir a guerras entre povos…

 

Jesus com sua Páscoa não apagou o mal e o pecado, mas redimiu-os. Com a sua morte mostrou-nos o caminho: de um amor sem limites. A cruz pascal resplandece humildemente nos homens e nas mulheres marcados por este amor, e que incansavelmente reconstroem e remendam as relações minadas pelo mal. Homens e mulheres em quem a angústia se transforma em confiança, a guerra em paz, o ódio em bondade.

 

O cristão deve pedir a graça de escapar ao medo de habitar a realidade em toda a sua complexidade. O presente é o momento que nos é dado para viver plenamente. Mesmo na sua dimensão de cansaço, provação, dificuldade e sofrimento.

 

Que o Senhor nos dê um olhar capaz de ver o bem na vida humilde de todos os dias, feito de pequenos gestos, de lava-pés. Pequenas atenções que são sinal de cuidado fraterno, de vida nova.

 

Então, todas as situações de morte, todos os momentos de cansaço, de sofrimento, de desânimo, vividos agarrados a Cristo, podem tornar-se caminho de salvação. O caminho de ressurreição.

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

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