Soltem o "Aleluia"!
No passado domingo, numa Eucaristia, uma aclamação do Aleluia, publicada numa página de comédia, tornou-se viral. Tendo chegado inclusive, pelo que soube, até ao Brasil (para quem não sabe do que eu estou a falar, pode ver o vídeo aqui:
É claro, que este momento pode ser considerado por muitos como inadequado, falta de rigor litúrgico, péssima aptidão para o canto, ou até mesmo uma boa réplica das nossas cantorias no chuveiro. No entanto, estando nós, cristãos, a viver a Páscoa, esta atuação desprendida e não normativa, pode trazer-nos a alegria que somos convidados a viver a partir do Domingo de Páscoa e, diria mais, a alegria que nos tem faltado há tantos anos na Igreja Católica (sim, convém saber que isto da vida triunfar sobre a morte é coisa para durar uma eternidade e deve ser vivida em êxtase).
A forma como este jovem sem qualquer problema entoa o Aleluia e os seus versos pode dar-nos a mostrar, de forma cómica e arejada, que isto de acreditarmos na Páscoa e na Ressurreição de Jesus Cristo é coisa de nos levar a cometer loucuras. E, uma dessas loucuras, pode muito bem ser uma atuação desafinada, mas repleta de entrega e de autenticidade (sim, porque a Ressurreição de Jesus acontece em toda a nossa história tocando todos os nossos defeitos, qualidades, conquistas e quedas).
Aquela aclamação, e pedia-te caro leitor que me acompanhasses nesta visão, é de uma vivência e de uma entrega única. Consegue-se perceber, através da sua linguagem corporal, que para aquele cantor a aclamação do Aleluia não se deixa ficar por uma simples atuação, mas vai inclusive ao compromisso de testemunhar com toda a sua existência a alegria de se saber incluído nesta novidade, que não sabendo explicar, consegue ao menos senti-la. Este “Aleluia” viral vem-nos mostrar que a Páscoa não é coisa para se viver de forma fechada e envergonhada, mas sim de goelas bem abertas para que todos possam perceber que somos testemunhas e transportadores de uma alegria que nos leva à loucura de cantarmos sem grandes preocupações de arranjos ou estilos. Viver a Páscoa é andarmos cientes disto mesmo, de que a nossa vida é muito mais do que vemos e contemplamos e que, por isso, devemos rejubilar com notas que nos saem completamente ao lado, mas que dão a conhecer ao mundo a oportunidade de podermos sempre recomeçar.
Confiando, porque assim creio, que Jesus está presente em todas as Eucaristias, acredito que Ele, depois de se rir connosco e de nós, também vibrou e se deixou levar por esta aclamação cheia da Sua eterna alegria.
Tenhamos nós a audácia de entoar, em todos os dias da nossa vida, aleluias que nos façam rir e sorrir por nos sabermos inteiramente amados!